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Criador do Wikileaks se diz decepcionado com críticas dos EUA

30 jul 2010 - 19h39
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O criador do site Wikileaks, Julian Assange, que no domingo passado publicou mais de 90 mil documentos sobre a guerra no Afeganistão, se declarou hoje decepcionado pelas críticas do Governo dos Estados Unidos.

Em comunicado divulgado por vídeo pela "CNN", Assange foi especialmente crítico com o secretário de Defesa americano, Robert Gates, o qual acusou de ter "estado por trás das mortes de milhares de crianças e adultos" no Afeganistão e no Iraque.

Após o vazamento dos documentos, Gates "poderia ter usado este tempo, como fizeram outros países, para anunciar a abertura de uma investigação sobre as mortes" denunciadas nos relatórios publicados, afirmou o criador do Wikileaks.

"(Gates) Poderia ter anunciado uma comissão para escutar as opiniões contrárias dos soldados americanos, que vivem esta guerra no terreno. Poderia ter se desculpado ao povo afegão, mas não fez nada disso. Decidiu tratar estes assuntos e os países afetados com desprezo", atacou Assange.

Para o Governo americano, o vazamento só serviu para colocar em perigo as vidas dos soldados americanos e do pessoal afegão, além de abalar a confiança dos aliados.

O chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, o almirante Mike Mullen, disse na quarta-feira que Assange está com as "mãos manchadas de sangue" de soldados americanos e de funcionários afegãos.

Gates declarou que "as consequências no campo de batalha destes documentos é potencialmente grave e perigosa para nossas tropas, nossos aliados e parceiros afegãos".

O Pentágono abriu uma investigação, da qual também participa o FBI (Polícia federal americana), para identificar quem vazou os documentos para Assange.

Segundo o Pentágono, o principal suspeito é o analista de Inteligência do Exército Bradley Manning, de 22 anos, que já estava detido em uma base militar no Kuwait após outro vazamento em maio e foi transferido para outra prisão no estado americano da Virgínia.

Os documentos publicados pelo Wikileaks denunciam desde mortes de civis não divulgadas até a possível colaboração dos serviços secretos do Paquistão com os talibãs e foram elaborados entre janeiro de 2004 e janeiro de 2010.

EFE   
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