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Cientistas examinam restaurante na Alemanha como possível fonte de surto de infecções intestinais

Origem de infecção por E. coli ainda não foi descoberta.

4 jun 2011 - 21h27
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Cientistas que tentam descobrir a origem da variedade altamente tóxica da bactéria E. coli que matou pelo menos 18 pessoas e infectou centenas estão examinando um restaurante no norte da Alemanha.

De acordo com as informações levantadas, 17 pessoas ficaram doentes depois de comer em um restaurante na cidade de Lübeck.

Os especialistas em saúde também estão investigando bancas que vendiam comida pronta em um festival em Hamburgo, que ocorreu no meio de maio e atraiu cerca de 1,5 milhão de pessoas.

Se as autoridades conseguirem identificar lojas ou pontos de venda que distribuíram alimentos infectados pela bactéria, eles esperam poder rastrear a origem da E. coli através dos fornecedores destes locais.

Queda

A taxa de infecções pela E. coli pode estar dando seus primeiros sinais de queda na Europa, informaram autoridades sanitárias na sexta-feira.

O Instituto Robert Koch, centro de controle de doenças alemão, disse que, apesar dos 200 novos casos relatados na Alemanha nos dois primeiros dias de junho, o número de contaminações parece estar em declínio.

No entanto, essa aparente tendência pode mudar caso se descubram novos casos ainda não reportados.

Em Hamburgo, médicos dizem também ver sinais de que as contaminações podem estar decrescendo.

Mas o surto, que atingiu principalmente a Alemanha, ainda alarma e intriga as autoridades.

Até a noite de sexta, a bactéria havia sido identificada em 12 países. A Alemanha, onde está a maioria dos doentes, já tem mais de 1,7 casos de infecção por E. coli.

Clínicas alemãs iniciaram um apelo por doações de sangue para os pacientes em estado mais crítico, e autoridades advertem contra a ingestão de frutas e legumes crus. O indicado, segundo a agência sanitária britânica, é comer os alimentos cozidos e sem casca e lavar as mãos regularmente, para evitar a transmissão da doença de pessoa a pessoa.

A bactéria

A E. coli, que costuma habitar as entranhas de gado e ovelhas, em geral é inofensiva à saúde. Mas a variedade que está atacando a Europa, a EHEC, causa diarreia, cólicas estomacais severas e febre. Ela se prende às paredes do intestino, onde libera toxinas.

A maioria das vítimas se recupera após alguns dias de tratamento, mas um pequeno número de pacientes desenvolve uma síndrome potencialmente fatal, que ataca os sistemas renal e nervoso.

A Rússia, maior comprador das frutas e dos legumes exportados pela União Europeia, vetou a importação dos alimentos, em meio a queixas do bloco europeu, que considerou a medida "injustificada".

Na sexta, o premiê Vladimir Putin admitiu que o veto russo vai contra o espírito da Organização Mundial do Comércio, "mas não podemos envenenar nosso povo por conta da defesa desse espírito".

A Espanha é o país mais afetado economicamente pelo episódio, já que, inicialmente, as autoridades alemãs atribuíram a culpa do surto infeccioso a pepinos espanhóis (depois, voltaram atrás).

O presidente de governo José Luis Rodríguez Zapatero disse que seu país vai exigir reparações pelas perdas sofridas.

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