Xangai, Washington e Mumbai podem ficar parcialmente alagadas em 2100
Cerca de 130 milhões de pessoas vivem em áreas de risco pelo aumento do nível do mar devido ao aquecimento global, o que pode deixar parte de cidades como Mumbai, Washington e Xangai debaixo d' água, segundo um estudo publicado na revista "Proceedings" da National Academy of Sciences.
O relatório analisa os vínculos entre as emissões de carbono, a temperatura da Terra e a alta dos níveis dos oceanos perante dois cenários: um aumento do aquecimento global de dois graus Celsius ou de quatro graus.
Além disso, oferece imagens simuladas de como ficariam cidades icônicas como Washington, Londres, Sydney, Buenos Aires e Rio de Janeiros com as águas ocupando parte de suas ruas.
O pesquisador principal do grupo Climate Central e responsável pelo estudo, Ben Strauss, apontou que mesmo o aumento de dois graus "representa um perigo existencial a longo prazo para muitas grandes cidades e regiões litorâneas".
No cenário moderado, de dois graus, que a comunidade internacional fixou como objetivo, a população que vive em áreas que ficariam alagadas é de cerca de 130 milhões de pessoas; enquanto na hipótese de um aumento de temperatura de quatro graus, seria de mais de 760 milhões de pessoas.
A China é o país que enfrenta maiores problemas, com 64 milhões de moradores nestas regiões, a maior parte em Xangai; seguida da Índia, com 55 milhões; Bangladesh, com 48 milhões; Vietnã, com 46 milhões; Indonésia, 44 milhões; Japão, 34 milhões; Estados Unidos, 25 milhões; e Brasil, 16 milhões.
O relatório ressaltou, no entanto, que estes cenários são projeções para além do ano 2100.
Entre as principais cidades afetadas, além de Xangai, estão Hong Kong, Hanói (Vietnã), Mumbai (Índia) e Osaka (Japão).
Estes dados são divulgados a apenas três semanas do início da Cúpula da Mudança Climática (COP21) das Nações Unidas em Paris, na qual se tentará conseguir compromissos concretos para combater a mudança climática e reduzir as emissões poluentes.