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UE pede acordo vinculativo e com "objetivos concretos" em Copenhague

23 nov 2009 - 17h57
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A União Europeia (UE) pediu hoje aos líderes internacionais para que façam um esforço para conseguir um acordo vinculativo e completo em Copenhague, que inclua compromissos específicos de redução de emissões de gases poluentes e números concretos de financiamento a países em desenvolvimento.

"Pedimos que haja um acordo juridicamente vinculativo", afirmou a ministra espanhola do Meio Ambiente, Elena Espinosa, ao término de um encontro com representantes da mesma pasta em outros países europeus.

Segundo Espinosa, a UE mantém sua tradicional "sensibilidade" em relação aos países em desenvolvimento e está disposta a colaborar financeiramente com estas nações.

"Nossa obrigação, para que elas saiam da pobreza, é ajudá-las na luta contra a mudança climática", disse.

A espanhola destacou "a unidade de todos os estados-membros" da UE, e reconheceu que, por razões estratégicas, os países europeus não podem antecipar todas as "armas" que têm guardadas para impulsionar as negociações em Copenhague.

Por sua vez, o ministro sueco do Meio Ambiente, Andreas Calgren, afirmou que os países em desenvolvimento, sobretudo as economias mais avançadas, também devem se comprometer a adotar medidas ambientais para limitar o crescimento de suas emissões.

Para motivá-los, a UE propõe usar como "alavanca" a concessão de um financiamento público internacional para o período 2010-2012 em um valor que pode chegar a 7 bilhões de euros anuais (R$ 18 bilhões). Os 27 países-membros defendem ainda a criação de um sistema de financiamento a longo prazo para ajudar as nações mais pobres.

A UE também acredita que em Copenhague será possível fechar acordos para reduzir o desmatamento em países em desenvolvimento e espera chegar a um acordo sobre as emissões poluentes em setores como aviação ou transporte marítimo.

O bloco europeu também deverá usar nas negociações sua promessa de elevar seu objetivo de redução de emissões de 20 para 30% (em 2020, em relação aos níveis de 1990).

"Estamos muito perto dos 30%", disse Calgren, acrescentando que, para alcançar a meta, também são necessários esforços parecidos de grandes poluentes como China ou Estados Unidos.

Já o responsável das Nações Unidas sobre mudança climática, Yvo de Boer, pediu hoje à União Europeia (UE) que esclareça quanto oferecerá aos países em desenvolvimento e em que condições aceitaria elevar seu compromisso de redução de emissões de dióxido de carbono (CO2) de 20% para 30% até 2020.

O comissário europeu do Meio Ambiente, Stavros Dimas, disse que o acordo de Copenhague deve ser um "texto legalmente vinculativo e completo", que inclua os elementos mencionados na conferência do clima realizada em Bali, no ano passado.

O encontro de hoje foi o último entre ministros realizado pela UE antes da cúpula de Copenhague. A próxima reunião na qual são esperados novos avanços nos compromissos do bloco europeu é a de chefes de Estado e de Governo da UE, em 10 e 11 de dezembro, durante a segunda semana da cúpula em Copenhague.

EFE   
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