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UE aprova compromisso de redução de emissão de gases do efeito estufa

6 mar 2015 - 18h29
(atualizado às 18h29)
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Os ministros do Meio Ambiente da União Europeia (UE) conseguiram superar suas diferenças nesta sexta-feira e aprovar a contribuição que será feita pelo bloco comunitário para a redução de emissão de gases do efeito estufa, uma iniciativa que visa alcançar um acordo climático global na cúpula de Paris.

"Aprovada a contribuição e assinada a carta para ser enviada para a ONU", confirmou o comissário europeu de Ação Climática e Energia, Miguel Arias Cañete, em uma breve declaração feita para um grupo de jornalista, na qual disse também que "custou um pouquinho".

Os 28 membros do bloco concordaram em apresentar para a ONU uma carta que prevê a contribuição para redução mundial da emissão de gases do efeito estufa, um gesto que pretende servir de exemplo e levar os demais internacionais a adotar uma postura semelhante.

"Esta é uma notícia muito boa. Significa que seremos a primeira grande economia a enviar suas Contribuições Previstas e Determinadas em Nível Nacional (INDC)", disse Arias Cañete, após a reunião.

A INDC é o compromisso no qual a UE se propõe a reduzir suas emissões em pelo menos 40% até 2030, tomando como base os números registrados em 1990.

Para alcançar esta resolução foi necessário resolver as divergências entre alguns Estados-membros.

A delegação irlandesa queria assegurar, de uma maneira mais clara, que o citado objetivo de 40% incluía os esforços feitos nos setores agrícolas e florestais, assim como no chamado uso da terra.

O objetivo da UE na Conferência das Partes das Nações Unidas para a Mudança Climática de Paris (COP21), no final do ano, é determinar um acordo de cumprimento obrigatório, no qual todos os países se comprometam a fazer esforços e reduzir suas emissões, para evitar que a temperatura suba dois graus acima do período pré-industrial.

"A UE lidera a luta contra a mudança climática e como tal devemos ser também os primeiros a apresentar estes compromissos perante a ONU", explicou a ministra de Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente da Espanha, Isabel García Tejerina, quando chegava ao conselho realizado nesta sexta-feira em Bruxelas.

"O esforço mais importante será feito pela UE, sem dúvida nenhuma, mas se o fizermos sozinhos será inútil, pois não temos peso suficiente nas emissões para que a União por si só regule o aquecimento global", afirmou Isabel.

Arias Cañete pediu para que as principais economias sigam o exemplo da UE. "Esperamos que a China, os Estados Unidos e outros países do G20 façam o mesmo que a UE e enviem suas contribuições até o final de março", declarou.

"Espero que os americanos se comprometam por escrito, assim como a UE fez", disse a ministra de Meio Ambiente francesa, Ségolène Royal, ressaltando que "Europa tem que ser exemplar".

Tejerina se mostrou "otimista" em relação à cúpula de Paris, mas alertou que isso não significa que terão um ano "isento de dificuldades".

"Teremos de fazer muitas reuniões, negociações, mas o que importa é que avancemos todos juntos", acrescentou a ministra.

Por outro lado, várias organizações ambientais mostraram descontentamento com o compromisso europeu selado hoje, que consideraram vago e pouco ambicioso.

"O anúncio da UE é uma oportunidade perdida para se estabelecer compromissos de alto nível em um acordo global", afirmou a organização Climate Action Network, em um comunicado.

Para a WWF, "o texto adotado é pobre de detalhes e pouco ambicioso", enquanto a Oxfam indicou possíveis "brechas" que, em sua opinião, deixam o texto em aberto, o que poderia ser usado para diminuir o compromisso europeu de corte de emissões, uma "tática que reduziria o patamar para outros grandes contaminadores nas negociações globais".

EFE   
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