Tigre da Malásia entra na categoria de "perigo crítico de extinção"
O tigre da Malásia, símbolo e emblema do escudo de armas desse país do Sudeste Asiático, está em "perigo crítico de extinção", com apenas entre 240 e 320 exemplares na natureza devido ao desenvolvimento urbanístico.
As instituições públicas e as organizações ambientais envolvidas na preservação do tigre afirmam estarem trabalhando para aumentar o número desta subespécie do maior felino do mundo, apesar do fracasso das medidas nos últimos anos.
Nosrat Ravichandran, diretor da Divisão de Consultoria do Departamento de Meio Ambiente e Parques Nacionais da Malásia (Perhilitan) e May Wong Pui, coordenadora da Aliança para Conservação do Tigre da Malásia (My Cat), disseram que estão trabalhando para reverter o futuro sombrio do grande felino.
"Com o plano de monitoramento, o aumento da conscientização social e a legislação tendo ficado mais rigorosa, a Malásia certamente conseguirá aumentar a população de tigres até 2020", informação divulgada em comunicado conjunto enviado à Agência Efe.
Em setembro de 2013, Perhilitan e My Cat reconheceram em relatório que a população de tigres diminuiu para entre 240 e 320, cerca de metade dos 500 exemplares que estimavam haver em 2008.
Os novos números levaram o tigre da Malásia a ser incluído na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) como "espécie em perigo crítico de extinção".
Desde 2008, o tigre da Malásia se encontrava em situação de "perigo de extinção", mas o status de "crítico" o coloca a apenas uma passagem da classificação de "extinto em estado selvagem de liberdade".
O estudo reflete os dados dos últimos três anos coletados a partir do material gravado por câmeras estabelecidas em sete pontos fixos localizados em três grandes áreas nas quais o tigre da Malásia vive atualmente: Belum-Temengor, Taman Negasse e Endau-Rompin, em Lesong.
Desde 2008 o governo malaio trabalha com grupos de conservação em um plano para proteger os animais mais representativos do país.
O Plano de Ação Nacional para a Conservação do Tigre estabelecia como objetivo conseguir uma população de 1.000 exemplares de tigre até o ano de 2020, no entanto o relatório apresentado diminuiu as expectativas ao constatar os dados atuais e determinou o objetivo como "inalcançável".
Em declarações à Efe, o Perhilitan e a My Cat reconheceram falha em conseguir "um maior comprometimento de todos os envolvidos para que os recursos fossem aplicados ao plano".
"Foi necessário rever os objetivos a fim de nos atermos a metas mais realistas, porém não menos ambiciosas", disseram as organizações.
"As lições aprendidas durante os últimos anos servirão para guiar o futuro plano", acrescentaram.
Frente às críticas pelo avanço do desmatamento no país e sua substituição por extensas plantações de borracha e palmeiras, Perhilitan e My Cat disseram que "a coberta florestal na Malásia não diminuiu significativamente entre 2008 e 2013".
No entanto, eles confirmaram que "devido ao desenvolvimento, houve uma fragmentação das florestas, o que afetou os habitats tradicionais dos tigres".
O relatório informa que "as maiores e mais urgentes ameaças" para o tigre da Malásia são "a caça para comércio ilegal e a destruição e fragmentação dos ecossistemas" nos quais tradicionalmente vivem os felinos selvagens.
As autoridades pretendem "reverter a situação" com a criação de "patrulhas tigre" especializadas no acompanhamento individual dos tigres nas três áreas de referência, o desenvolvimento de um censo nacional de tigres e um plano de fortalecimento, lançado há 6 anos.
De acordo com o World Wildlife Fund for Nature (WWF), hoje existe pouco mais de 3.000 tigres em estado selvagem, embora há cerca de um século ter havido mais de 100 mil.