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RS: manifestantes são retirados e corte de árvores para obra da Copa recomeça

Durante a madrugada, 27 pessoas foram detidas por resistência; duplicação de avenida é alvo de protestos em Porto Alegre desde fevereiro

29 mai 2013 - 05h03
(atualizado às 11h16)
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Ao todo, 70 árvores devem ser derrubadas nesta quarta-feira, de um total de 130 previstas
Ao todo, 70 árvores devem ser derrubadas nesta quarta-feira, de um total de 130 previstas
Foto: Guilherme Justino / Terra

O som das motosserras voltou a ecoar na Usina do Gasômetro, em Porto Alegre, quase quatro meses depois de as obras para a duplicação da avenida Edvaldo Pereira Paiva serem interrompidas devido a protestos contra o corte de árvores em obra realizada para a Copa do Mundo de Futebol de 2014. Às 4h20 desta quarta-feira, forças policiais retiraram os manifestantes que estavam acampados desde 17 de abril em uma praça no local. Houve resistência, de acordo com a Brigada Militar (BM), porém não foram registrados conflitos no início da operação.

Ao todo, 27 manifestantes - 21 homens e seis mulheres, incluindo três adolescentes - foram removidos das proximidades da Câmara de Vereadores, detidos e encaminhados ao 9º Batalhão de Polícia Militar da capital gaúcha, onde assinaram termo circunstanciado por resistência. Não houve prisões, e eles devem responder em liberdade, informou a BM. O trânsito foi parcialmente interrompido na região, com o bloqueio da avenida que será duplicada para o trabalho das equipes e restrições ao tráfego nos arredores durante a manhã, enquanto dura o corte de árvores.

Preocupações em relação à segurança da população e ao trânsito motivaram o início da operação durante a madrugada, afirmou ao Terra o secretário municipal de Gestão, Urbano Schmitt. "Tudo começou no horário previsto, conforme combinado pela prefeitura. O planejamento deu certo e os manifestantes foram retirados pacificamente, e agora podemos dar prosseguimento a essa obra tão importante", garantiu o secretário.

Centenas de agentes foram deslocados para a operação. Entre as forças policiais, havia representantes do Batalhão de Operações Especiais (BOE), do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) e da Guarda Municipal, além da BM - presente também com um regimento de cavalaria. Ao todo, mais de 150 pessoas faziam a segurança no local e trabalharam na remoção dos manifestantes.

O modo como foi retomado o corte de árvores na área foi criticado pela vereadora Sofia Cavedon (PT), que classificou a ação como "autoritária e arrogante" em seu Twitter. Ela também criticou a ausência do prefeito José Fortunati, que está nos Estados Unidos, onde participou de compromissos oficiais, e retorna a Porto Alegre no próximo domingo.

Após a retirada dos manifestantes, não houve protestos no início da manhã na região. A prefeitura informou que os pedaços das árvores serão recolhidos pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) ao longo da manhã. O trânsito deve ser totalmente liberado por volta do meio-dia, estima a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). Por conta da presença de fios de alta tensão em meio às árvores, a energia elétrica foi cortada em parte da avenida Loureiro da Silva - o que não deve afetar a população, segundo a prefeitura.

A ação ocorreu menos de um dia após a Justiça determinar o prazo de 48 horas para os manifestantes acampados ao lado da Câmara de Vereadores de Porto Alegre deixarem o local. Na decisão do juiz Fernando Carlos Tomasi Diniz, ficaria autorizado o uso de força policial caso houvesse resistência depois desse período. A realização dessa operação antes de encerrado o prazo foi justificada por "dispositivos legais" de que dispunha a prefeitura, disse o secretário municipal de Gestão. Sem a liminar do Ministério Público determinando a suspensão do corte, a prefeitura passou a ter autorização para retomar as obras.

Fonte: Terra
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