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Rio+20: público poderá conhecer sistema de produção orgânica

10 jun 2012 - 16h54
(atualizado em 11/6/2012 às 11h57)
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O público que estiver no Rio de Janeiro para participar da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) poderá conhecer um sistema integrado de produção orgânica. A Fazendinha Agroecológica Km 47, onde são realizadas pesquisas em ciências agrárias, vai abrir as portas aos participantes do evento da ONU entre os dias 18 e 22 deste mês.

A chuva que cai sobre o Rio de Janeiro desde quarta-feira prejudica os trabalhos de montagem de estruturas para os eventos paralelos da Rio+20. Na foto, uma das tendas exibe  o logo da conferência
A chuva que cai sobre o Rio de Janeiro desde quarta-feira prejudica os trabalhos de montagem de estruturas para os eventos paralelos da Rio+20. Na foto, uma das tendas exibe o logo da conferência
Foto: Daniel Ramalho / Terra

Localizado no município de Seropédica, a cerca de 60 km do centro do Rio, o projeto é uma pareceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio (Pesagro-Rio).

Nos cinco dias de visitação, durante a Rio+20, um ônibus será disponibilizado pelo Ministério da Agricultura para levar os visitantes ao projeto. Para se inscrever, os interessados devem enviar e-mail para riomais20@cnpab.embrapa.br com as seguintes informações: nome, profissão, instituição a que está ligado e telefone. Outras informações podem ser obtidas no número (21) 3441-1538.

De acordo com Ednaldo Araújo, pesquisador da Embrapa e membro do Comitê Gestor da Fazendinha, a iniciativa é inovadora porque além de viabilizar o desenvolvimento científico de práticas orgânicas na lavoura e na pecuária de forma integrada, também proporciona a transferência de tecnologia.

"Não se trata de um campo experimental comum, porque aqui há todo um sistema integrado em funcionamento, e não apenas um experimento isolado. Na fazendinha, os visitantes podem ver como é feito o manejo dos bovinos de acordo com a legislação de agricultura orgânica e a produção intensiva de hortaliças, baseada na diversificação e no manejo sustentável, com informações inclusive sobre todos os custos de produção", explicou.

O pesquisador ressaltou que, pela integração entre lavoura e pecuária, o rebanho produz leite orgânico e as fezes geradas são utilizadas na compostagem, que fornece substratos para produção de mudas empregadas no cultivo das hortaliças. "Além disso, apresentaremos aos visitantes a tecnologia de fixação biológica de nitrogênio, que é um nutriente essencial ao desenvolvimento das plantas. A obtenção pelo sistema convencional é feita por meio de fonte sintética, que utiliza combustível fóssil para a sua fabricação. Na agricultura orgânica, usamos uma bactéria que é capaz de retirar o nitrogênio presente no ar", explicou.

Os visitantes também terão acesso ao uso de energia renovável para irrigação na propriedade, que conta com painel de energia solar e cata-vento para geração de energia eólica.

A Fazendinha Agroecológica Km 47, em funcionamento desde 1993, ocupa área de 60 hectares e recebe 1,2 mil visitas por ano. No local, são oferecidos treinamentos e capacitação em ciências agrárias a estudantes, professores, pesquisadores e agricultores do Brasil e de outros países.

Rio+20

A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que será realizada na cidade do Rio de Janeiro entre os dias 13 a 22 de junho de 2012, deverá contribuir para a definição da agenda de discussões e ações sobre o meio ambiente nas próximas décadas.

Com o objetivo de renovar o compromisso político com o desenvolvimento sustentável por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes, a Rio+20 terá como foco principal a economia verde e a erradicação da pobreza.

A Rio+20, que assim é chamada por marcar os 20 anos da realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio92), será composta por três momentos. Nos primeiros dias, de 13 a 15 de junho, está prevista a 3ª Reunião do Comitê Preparatório, em que representantes governamentais discutirão os documentos que posteriormente serão convencionados na Conferência. Entre os dias 16 e 19 serão programados eventos com a sociedade civil. E de 20 a 22 ocorrerá o Segmento de Alto Nível da Conferência, para o qual é esperada a presença de diversos chefes de Estado e de governo dos países-membros das Nações Unidas.

No entanto, mesmo com toda a expectativa para acordos que possam mudar o futuro do planeta, a conferência é alvo de críticas e alguns chefes de Estados apontam, inclusive, para o "risco de fracasso" da Rio+20. O presidente francês, François Hollande, que deve estar presente no evento, alertou para as dificuldades e riscos de que se pronunciem palavras que não serão cumpridas com atos.

A ex-ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, também criticou a Rio+20. Para ela, os líderes políticos "conseguiram excluir a ciência do debate" e o documento que prepara para a Rio+20 "manteve o problema de separar ecologia e economia, quando é preciso integrá-las".

Além disso, apesar dos esforços do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, vários líderes mundiais estarão ausentes, incluindo o presidente americano Barack Obama. Do lado europeu, o presidente russo Vladimir Putin, o presidente da Comissão Europeia José Manuel Barroso e o primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy confirmaram presença. No entanto, nem a chanceler alemã Angela Merkel nem o primeiro ministro britânico David Cameron deverão participar. Para garantir a presença de países africanos e caribenhos, o Itamaraty, o Ministério da Defesa e a Embraer trarão as delegações de 10 deles.

Agência Brasil Agência Brasil
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