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Rio+20: Paes prevê caos e pede que moradores evitem deslocamentos

Rio+20: Paes preve caos e pede que moradores evitem deslocamentos

11 jun 2012 - 14h20
(atualizado às 14h54)
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André Naddeo
Direto do Rio de Janeiro

A Conferência das Nações Unidas para Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20, volta a colocar o Rio de Janeiro como centro das discussões importantes no aspecto ambiental e econômico, vinte anos após a Eco-92, na mesma medida que coloca em xeque a preparação da capital fluminense para grandes eventos.

Eduardo Paes participou de evento no Forte de Copacabana
Eduardo Paes participou de evento no Forte de Copacabana
Foto: Beth Santos/Prefeitura do Rio de Janeiro / Divulgação

Além da questão hoteleira, outra preocupação é com o trânsito na cidade, principalmente nos três últimos dias da convenção, 20, 21 e 22 de junho, ocasião em que os chefes de estado mundiais estarão se deslocando pela cidade. "Faço aqui mais um apelo aos cariocas para que, principalmente na semana que vem, lembrem-se que teremos dias confusos, que as pessoas evitem os corredores na quarta, quinta e sexta-feira, principalmente o que liga a zona sul a Barra da Tijuca, porque nós vamos ter mais de 100 chefes de estado circulando", reforçou o prefeito Eduardo Paes, em evento paralelo à conferência, no Forte de Copacabana.

"Os cariocas têm que estar felizes por se tornarem o centro do mundo nos próximos 15 dias, mas com alguns ajustes em nossa rotina. Eu acho que o trânsito é um desafio, mas a população colaborando e entendendo, tudo fica melhor. Vai ter transtorno, não tem jeito, o que a gente pede é isso, que as pessoas evitem grandes deslocamentos, e evitem também usar o carro", completou Paes.

Justamente pelo temor de grandes congestionamentos na cidade, tendo em vista que a grande rede hoteleira carioca se concentra na zona sul da cidade, enquanto que o Riocentro, quartel-general da Rio +20, fica no extremo oeste, os três últimos dias da conferência serão feriados para o funcionalismo público e escolas, com aval, inclusivo, do governo federal.

Rio+20

A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que será realizada na cidade do Rio de Janeiro entre os dias 13 a 22 de junho de 2012, deverá contribuir para a definição da agenda de discussões e ações sobre o meio ambiente nas próximas décadas.

Com o objetivo de renovar o compromisso político com o desenvolvimento sustentável por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes, a Rio+20 terá como foco principal a economia verde e a erradicação da pobreza.

A Rio+20, que assim é chamada por marcar os 20 anos da realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio92), será composta por três momentos. Nos primeiros dias, de 13 a 15 de junho, está prevista a 3ª Reunião do Comitê Preparatório, em que representantes governamentais discutirão os documentos que posteriormente serão convencionados na Conferência. Entre os dias 16 e 19 serão programados eventos com a sociedade civil. E de 20 a 22 ocorrerá o Segmento de Alto Nível da Conferência, para o qual é esperada a presença de diversos chefes de Estado e de governo dos países-membros das Nações Unidas.

No entanto, mesmo com toda a expectativa para acordos que possam mudar o futuro do planeta, a conferência é alvo de críticas e alguns chefes de Estados apontam, inclusive, para o "risco de fracasso" da Rio+20. O presidente francês, François Hollande, que deve estar presente no evento, alertou para as dificuldades e riscos de que se pronunciem palavras que não serão cumpridas com atos.

A ex-ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, também criticou a Rio+20. Para ela, os líderes políticos "conseguiram excluir a ciência do debate" e o documento que prepara para a Rio+20 "manteve o problema de separar ecologia e economia, quando é preciso integrá-las".

Além disso, apesar dos esforços do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, vários líderes mundiais estarão ausentes, incluindo o presidente americano Barack Obama. Do lado europeu, o presidente russo Vladimir Putin, o presidente da Comissão Europeia José Manuel Barroso e o primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy confirmaram presença. No entanto, nem a chanceler alemã Angela Merkel nem o primeiro ministro britânico David Cameron deverão participar. Para garantir a presença de países africanos e caribenhos, o Itamaraty, o Ministério da Defesa e a Embraer trarão as delegações de 10 deles.

Fonte: Terra
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