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Rio+20: estamos em caminho perigoso, diz secretário-geral da ONU

20 jun 2012 - 14h42
(atualizado às 15h04)
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Cirilo Junior
Direto do Rio de Janeiro

A atual Miss Universo, a angolana Leila Lopes, foi nomeada como embaixadora da ONU para as zonas áridas do planeta e ajudará o organismo a combater a desertificação e a conscientizar o mundo do problema, que afeta 1,5 bilhão de pessoas
A atual Miss Universo, a angolana Leila Lopes, foi nomeada como embaixadora da ONU para as zonas áridas do planeta e ajudará o organismo a combater a desertificação e a conscientizar o mundo do problema, que afeta 1,5 bilhão de pessoas
Foto: AP

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon disse nesta quarta-feira que as discussões da Rio+20 são tão importantes quanto os temas tratados na reunião do G20, grupo que reúne as principais economias do mundo, cuja reunião foi encerrada ontem em Los Cabos, no México. Para Ki-moon, as questões da Rio+20 são mais abrangentes e, por isso, ele fez um alerta aos líderes de governo que estão no Rio de Janeiro sobre a situação do planeta.

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Veja onde estão ocorrendo os eventos da Rio+20

"Há 20 anos, os líderes acertaram decisões que não foram suficientes. Estamos num caminho perigoso. Não podemos colocar mais e mais combustíveis fósseis à custa dos mais pobres e do meio ambiente", afirmou, em entrevista coletiva, após a abertura da plenária reunindo chefes de Estado na Rio+20.

Ban Ki-moon cobrou que os chefes de Estado atuem como líderes globais, e não olhem apenas para os problemas de seus países. Segundo ele, é chegada a hora de haver união em torno da sustentabilidade. "Nosso recurso mais escasso é o tempo. E ele está acabando", alertou.

Os debates da Rio+20 poderão ajudar a definir os rumos da economia neste século, destacou Ki-moon. Ele observou, porém, que as promessas precisam realmente ser colocadas em prática. "Não podemos viver só de palavras, mas com ações. Precisamos oferecer mudanças reais à população, especialmente aos mais jovens deste planeta", comentou.

Ki-moon declarou que os governos reunidos na cúpula vão concordar com o documento final. Elencando pontos tratados no texto, como energias alternativas e proteção dos oceanos, o secretário-geral da ONU disse que material já aprovado para a Rio+20 oferece bases sólidas para o desenvolvimento sustentável. "A Rio+20 já é um marco, mas pode ser o início de um novo processo", comentou.

Mais de 100 entidades dos setores público e privado reunidos na Rio+20 já manifestaram apoio à adoção de ações que privilegiem o uso de energias renováveis. Segundo Ki-moon, existem cerca de US$ 50 bilhões comprometidos por empresas privadas na aplicação dessas tecnologias, e pelo menos US$ 10 bilhões por parte dos governos.

Sobre a Rio+20

Vinte anos após a Eco92, o Rio de Janeiro volta a receber governantes e sociedade civil de diversos países para discutir planos e ações para o futuro do planeta. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre até o dia 22 de junho na cidade, deverá contribuir para a definição de uma agenda comum sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.

Depois do período em que representantes de mais de 100 países discutiram detalhes do documento final da Conferência, o evento se prepara para ingressar na etapa definitiva. De hoje até sexta, ocorrerá o Segmento de Alto Nível da Rio+20 com a presença de diversos chefes de Estado e de governo de países-membros das Nações Unidas.

Apesar dos esforços do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, vários líderes mundiais não estarão presentes, como o presidente americano Barack Obama, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Além disso, houve impasse em relação ao texto do documento definitivo. Ainda assim, o governo brasileiro aposta em uma agenda fortalecida após o encontro.

Fonte: Terra
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