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Polêmicas obrigam negociadores da Rio+20 a estender reuniões

16 jun 2012 - 14h17
(atualizado em 17/6/2012 às 08h40)
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No quarto dia de discussões na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), os negociadores entram neste sábado em uma nova etapa de debates. A partir deste fim de semana, por recomendação do Brasil, que assumiu o comando das negociações, serão feitas consultas informais em quatro grupos temáticos na tentativa de negociar o fim dos impasses até o dia 19 - véspera das reuniões de cúpula dos chefes de Estado.

Ciclistas passam em frente a cartaz com protesto de ONG Rio da Paz
Ciclistas passam em frente a cartaz com protesto de ONG Rio da Paz
Foto: Daniel Ramalho / Terra

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A ideia é encaminhar aos líderes políticos um documento com o mínimo de controvérsias. O Brasil quer esgotar as tentativas na busca de consenso. Na sexta-feira, os negociadores fizeram duas etapas de reuniões. Os brasileiros informaram que não aceitarão mais mudanças de forma, apenas de conteúdos específicos.

Os esforços serão para concentrar as atenções sobre os temas-chave que não obtiveram consenso até ontem. Há projeções para quatro grandes grupos temáticos. Um que se refere aos meios de implementação, que são as definições de metas para curto, médio e longo prazos. O segundo grupo deve discriminar as ações para a governança global.

O terceiro grupo temático está incumbido de definir as metas relativas ao desenvolvimento sustentável em si, como água e energia, enquanto o último deve apresentar o texto da proposta final sobre economia verde. A interpretação e os detalhes sobre o que é economia verde geraram momentos de tensão nas últimas horas, pois negociadores de países ricos e em desenvolvimento divergem sobre essas especificidades.

As divergências estão em seis pontos: as questões relativas às definições de metas, como compromissos formais no que se refere ao desenvolvimento sustentável, as garantias de recursos para a execução das propostas e meios de assegurar transferência de tecnologias limpas, assim como a discriminação de recursos para as propostas sugeridas e a inclusão de economia verde de forma detalhada.

No dia 14 à noite, os países em desenvolvimento que integram o grupo do G77 abandonaram as discussões sobre economia verde como forma de pressionar os países ricos a aceitarem a fixação de mais recursos financeiros. Porém, as delegações dos Estados Unidos, do Canadá, do Japão, da Austrália e de alguns países europeus resistem, por motivações internas, às medidas que envolvem dinheiro.

Os negociadores dos países ricos argumentam que os impactos da crise econômica internacional os impedem de avançar sobre os temas relacionados a mais recursos e há, ainda, restrições no que se refere à proposta de transferência de tecnologias limpas - que envolvem negociações sobre patentes.

Sobre a Rio+20

Vinte anos após a Eco92, o Rio de Janeiro volta a receber governantes e sociedade civil de diversos países para discutir planos e ações para o futuro do planeta. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre até o dia 22 de junho na cidade, deverá contribuir para a definição de uma agenda comum sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.

Composta por três momentos, a Rio+20 vai até o dia 15 com foco principal na discussão entre representantes governamentais sobre os documentos que posteriormente serão convencionados na Conferência. A partir do dia 16 e até 19 de junho, serão programados eventos com a sociedade civil. Já de 20 a 22 ocorrerá o Segmento de Alto Nível, para o qual é esperada a presença de diversos chefes de Estado e de governo dos países-membros das Nações Unidas.

Apesar dos esforços do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, vários líderes mundiais não estarão presentes, como o presidente americano Barack Obama, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Ainda assim, o governo brasileiro aposta em uma agenda fortalecida após o encontro.

vc repórter

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Agência Brasil Agência Brasil
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