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Para cientistas, demografia e ambiente são problemas interligados

25 abr 2012 - 11h01
(atualizado às 11h54)
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As mudanças demográficas devem ser integradas aos debates econômicos e ambientais, como será o caso na Rio+20, afirmam cientistas britânicos. Segundo os pesquisadores, o crescimento da população mundial é um assunto que deve ser tratado em eventos internacionais como a conferência das Nações Unidas Rio+20 sobre o desenvolvimento sustentável, em junho, onde poderemos "reformular as relações entre pessoas e planeta".

Em um relatório que será apresentado em Londres na quinta-feira, a Royal Society, academia britânica de ciências, considera que "o século XXI é um período crítico". Ela lembra que a população mundial, de 7 bilhões atualmente, deve aumentar de 8 a 11 bilhões até 2050.

Para os cientistas, a demografia deve ser estabilizada por "métodos voluntários", onde a educação pode ter um "papel importante". Paralelamente, os países desenvolvidos e emergentes precisam reduzir seus níveis de consumo para permitir que os mais pobres consumam mais e escapem da miséria. Ainda hoje, 1,3 bilhão de pessoas vivem com menos de um euro por dia.

"O mundo tem a sua frente duas escolhas muito claras", afirma Sir John Sulston (Universidade de Manchester), que conduziu o trabalho de 12 meses neste relatório.

"Nós podemos escolher equilibrar a utilização de recursos, segundo um esquema de consumo mais igualitário, rever nossos valores econômicos, refletir verdadeiramente sobre o que representa o nosso consumo para o planeta e ajudar os indivíduos no mundo inteiro a fazerem escolhas bem informadas e livres", disse.

"Ou então, podemos escolher não fazer nada e nos deixar levar pelo turbilhão de problemas econômicos, sócio-políticos e ambientais, levando o planeta a um futuro mais desigual e inóspito", considerou.

"A capacidade da Terra de responder nossas necessidades humanas é limitada", lembra o relatório, que ressalta os níveis de consumo muito elevados nos países ricos, onde uma criança gasta de 30 a 50 vezes mais água do que uma de um país em desenvolvimento. Práticas que se espalham em países emergentes com grandes populações.

O relatório faz várias recomendações: reduzir a pobreza extrema, adotar e aplicar programas voluntários de planejamento familiar em países pobres, reduzir o consumo de bens materiais nos países mais desenvolvidos e emergentes, diminuir a produção de lixo, investir em recursos renováveis...

"Nós fazemos um apelo aos governos para que se interessem pelo problema demográfico na conferência Rio+20 e se comprometam com um futuro mais justo, baseado não em um crescimento do consumo material, mas sobre as necessidades presentes e futuras da comunidade global", destaca Sir Sulston. Rio+20 marca o 20º aniversário da Cúpula da Terra.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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