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Cresce 200% a demanda por selo verde para construção no País

12 set 2012 - 10h43
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Sabrina Bevilacqua
Direto de São Paulo

A certificação Leadership in Energy and Environmental Design (Leed), uma das mais reconhecidas para construções verdes no mundo, vai mudar a partir do próximo ano. A novidade anunciada durante a Conferência Greenbuilding Brasil, em São Paulo, inclui a fixação de critérios e uma pontuação para o empreendimento de acordo com a metodologia de desenvolvimento do projeto da obra e o lançamento de uma versão oficial do questionário para o construtor em português - até agora, há apenas a versão em inglês.

O Leed V.4, que será lançado no início de 2013, vai valorizar os chamados "projetos integrados". O objetivo é fomentar o uso de metodologias que incluam, desde o nascimento do projeto, equipes de diversas disciplinas, como arquitetura, climatização, paisagismo, estrutura, automação e construção. A ideia é de que participem juntas de todas as fases de desenvolvimento do projeto. Desde a concepção e definição de objetivos até a avaliação do desempenho.

A avaliação de projetos vai ganhar também outro novo critério, o referente a localização e transporte. Nele será verificado como o novo empreendimento irá interagir e impactar a região e a comunidade na qual será construído. Outras novidades são a valorização da reutilização de materiais provenientes do próprio setor de construção, no critério materiais, e a criação de um item para acústica dentro do parâmetro qualidade do ambiente interno.

Além dos parâmetros de avaliação também estão sendo pensadas medidas para facilitar o entendimento e desburocratizar o processo. Segundo o vice-presidente do United States Green Building Council (USGBC), que emite os certificados de construção verde para obras imobiliárias, Scot Horst, está sendo preparado um guia para servir de referência para as empresas que quiserem apresentar seus projetos.

Outra provável mudança é que a tradução da documentação referente à obra não terá mais de ser feita pela empresa candidata ao selo verde. A certificadora estuda a criação de um grupo próprio para fazer o trabalho, o que daria mais agilidade e reduziria custos para quem apresentar projetos. "O objetivo é melhorar o sistema, simplificá-lo e elevar o resultado ambiental", diz Horst.

A cada cerca de quatro anos o Greenbuilding, revê critérios e itens exigidos para acompanhar a evolução das tecnologias, surgimento de novas normas e crescimento do setor. A versão atual, data de 2009. "Estamos em um negócio de mudanças constantes. Temos de pensar o tempo todo em como acompanhar isso", afirma Horst.

Apesar de ter sido criado nos Estados Unidos há cerca de dez anos, é fora do país que a demanda por esse tipo de certificação vem crescendo mais. Atualmente 40% dos metros quadrados certificados são de fora dos EUA. A cada dia útil são certificados em média 140.000 m² no resto do mundo.

Apesar de ter projetos em 135 países, a certificadora está focada na operação realizada em três países e em duas regiões do globo: China, índia, Brasil, Oriente Médio e Europa. Segundo Horst, esses são os países que mais crescem em termos de construção verde e onde as grandes transformações estão ocorrendo. De acordo com o dirigente, o Brasil está entre os primeiros da lista. Desde o ano passado o País teve um aumento de 200% no número de projetos inscritos. Não é para menos que o exame terá agora versões oficiais em português e francês.

Fonte: DiárioNet DiárioNet
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