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Natureza pode ser provedora de soluções à crise, diz UICN

25 mar 2012 - 12h37
(atualizado às 12h47)
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Convencida de que a natureza pode ser provedora de soluções à crise econômica, a diretora geral da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), Julia Marton-Lefévre, afirma que a Rio+20 - Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável - é a oportunidade ideal para dar valor aos serviços dos ecossistemas.

Em entrevista à agência Efe, Marton-Lefévre explicou os desafios que da UICN, maior organização internacional dedicada à conservação dos recursos naturais, que em setembro realizará o 5º Congresso Mundial da Natureza em Jeju (Coreia do Sul).

Neste fórum, que contará com 8 mil participantes, será debatida a maneira pela qual a natureza pode ser provedora de soluções para o clima, a segurança alimentar, o fornecimento de água ou o desenvolvimento, declarou.

Alguns meses antes, em junho, o Rio de Janeiro sediará a Cúpula da Terra, que para a chefe da UICN "é a oportunidade para incluir o meio ambiente na governança internacional".

"Os governos têm que se comprometer mais no Rio, e com o dinheiro suficiente para que os preceitos ambientais sejam levados em conta nas decisões sociais e econômicas. Os pilares do desenvolvimento sustentável têm que sair mais fortes da Cúpula do Rio", insistiu a diretora da UICN.

Além disso, ela considera "imprescindível" que a Rio+20 "tenha mais participação da sociedade civil" porque "a esta altura não tem nenhum sentido que os governos estejam debatendo em uma sala, as ONGs em outra ou as empresas em mais uma".

"Em 1992, a Cúpula de Rio representou a primeira vez que as ONG foram em massa a uma cúpula. Suas vozes foram ouvidas, mas 20 anos depois, na Rio+20, o que importa é que contribuam para a tomada de decisões", afirmou.

Marton-Lefévre considerou fundamental que os acordos internacionais em matéria do meio ambiente se integrem em um marco comum que facilite seu cumprimento. Nessa linha, a diretora geral da UICN pede aos países que compareçam ao Rio com a visão do planeta como uma nação. "Se pensamos no planeta como uma nação, nos afetaria muito pensar que há partes de nossa nação com tanta pobreza e sem acesso à água ou à eletricidade", ressaltou.

Marton-Lefévre elogiou o trabalho do Centro de Cooperação da UICN para o Mediterrâneo, no qual estão sendo abordados coordenadamente com os 14 países da região os grandes problemas que afetam a biodiversidade mediterrânea.

Entre estes problemas, ela citou especialmente a superexploração dos recursos pesqueiros, as infraestruturas litorâneas, a mudança climática e a falta de visão de futuro na gestão deste mar.

EFE   
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