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Mortes por câncer de pulmão aumentarão 44% na China até 2020, aponta estudo

1 dez 2015 - 11h36
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O número de mortes por câncer de pulmão na China deve chegar a 700 mil ao ano até 2020 e a mortalidade da doença aumentará em 44% em relação a 2010, segundo um estudo médico divulgado nesta terça-feira.

O câncer de pulmão é um "problema crescente" na China desde 2000, devido ao envelhecimento da população, ao tabaco e à poluição, e é o tipo de câncer com maior taxa de mortalidade no país, segundo o jornal "China Daily".

A pesquisa científica também calcula que até 2020 serão registrados 800 mil novos casos de pacientes com câncer pulmonar ao ano na China, o que significaria um aumento de 32% em comparação com os números de uma década antes.

Segundo dados do Registro Central Nacional de Câncer da China, em 2010 foram diagnosticados 605.946 casos de câncer de pulmão no país e 486.555 pacientes morreram como consequência da doença.

"O rápido aumento da doença durará pelo menos 20 anos", alertou Zhi Xiuyi, diretor do Centro de Tratamento e Diagnóstico de Câncer da Universidade Médica de Pequim.

Segundo Zhong Nanshan, especialista em doenças respiratórias e professor da Academia Chinesa de Engenharia, as chamadas partículas PM 2,5 - as menores e mais perigosas para a saúde - substituirão o tabaco como o principal fator de risco de câncer de pulmão.

Shi Yuankai, vice-presidente da Academia Chinesa de Ciências Médicas do Hospital Oncológico, considerou que uma "exposição contínua" a estas partículas "pode representar um grande perigo para a saúde".

Por seu tamanho, essas partículas penetram diretamente nos pulmões, explicou Shi. No entanto, ainda não se sabe como a fumaça ou as partículas PM 2,5 danificam exatamente os pulmões.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a China registra um aumento "feroz" dos casos de câncer, com 2,2 milhões de mortos por causa da doença ao ano, e muitas dessas mortes podem ser prevenidas, segundo o organismo.

A alta taxa de fumantes, especialmente homens, na China é um grave problema para a OMS, que aconselha deixar de lado esse habito e aumentar a conscientização no país sobre suas consequências.

"Reduzindo o alto número de fumantes seria possível salvar milhões de vidas a cada ano", comentou Bernhard Schwartländer, representante da OMS na China em comunicado no começo do ano.

O porta-voz também alertou para os casos de câncer de mama, o mais comum entre as mulheres, e pediu que sejam realizados mais exames.

Hoje se completam três dias de recorde de poluição na capital chinesa, Pequim, onde nesta terça-feira a visibilidade é reduzida, com uma concentração de PM 2,5 de 634 microgramas por metros cúbicos, 25 vezes o nível máximo recomendado pela OMS (25 microgramas).

EFE   
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