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Maioria das pequenas empresas desconhece importância da Rio+20

3 mai 2012 - 18h38
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O significado e a importância da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, prevista para junho na capital fluminense, são ignorados por 81% das micro e pequenas empresas brasileiras. É o que mostra a pesquisa divulgada hoje pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

De acordo com a sondagem, pontualmente, as empresas têm práticas sustentáveis, mas essa não é ainda uma característica global. "Ainda não elaboraram isso como uma agenda geral da sua empresa. Esse é o esforço do Sebrae. Mostrar que é possível ter eficiência energética, reciclar os materiais, tratar os resíduos sólidos e inovar por meio de mudanças tecnológicas", disse nesta quinta-feira, no Rio, o presidente da entidade, Luiz Barretto. "O esforço do Sebrae é trazer as pequenas empresas para essa agenda", completou.

Para Barretto, o desafio do Sebrae é trazer o tema da sustentabilidade para a discussão dos pequenos empreendimentos, nos seus três eixos: econômico, social e ambiental. Lembrou que as pequenas empresas constituem 99,1% do total de negócios estabelecidos no País e estão na base da sociedade. Elas representam 25% do Produto Interno Bruto (PIB).

O presidente do Sebrae admitiu que não é uma tarefa simples levar o desenvolvimento sustentável para o centro de debate dos micro e pequenos empreendedores, porque isso envolve mudanças comportamentais que terão de ocorrer ao longo dos próximos anos. "Mas quanto antes a gente chegar nesse debate, nessas práticas, mais chances de sobrevivência no mercado a gente terá", ressaltou.

Na avaliação de Barretto, além de representar ganhos para os cidadãos, a sustentabilidade significa também ganhos em termos de eficiência para as companhias, "ganhos de produtividade, de aumentar a competitividade da sua empresa".

"Se uma sorveteria, por exemplo, tem eficiência energética em seus refrigeradores e outra não tem, ela não poderá sobreviver no mercado", disse. É a evolução do mercado consumidor que vai impor novos padrões. "E aquelas empresas que demorarem para adotar esses novos padrões, certamente vão ficar para trás".

O presidente do Sebrae enfatizou que não só o cidadão tem de entender que o planeta precisa de atitudes em relação ao tema da sustentabilidade, mas também o mercado. Na opinião de Barretto, as questões de concorrência e de ganhos de eficiência é que vão impor um novo padrão, e "os consumidores e a sociedade vão cada vez mais querer consumir de uma empresa que tem práticas sustentáveis".

O fundamental, sustentou, é que práticas sustentáveis significam aumento de mercado, possibilidade de ampliação de ganhos, aumento dos lucros. "É isso que a gente quer combinar: como ter uma atitude positiva e, ao mesmo tempo, faturar mais", disse.

O Sebrae vai auxiliar os micro e pequenos empresários na busca pela inovação em seus negócios, com o objetivo de maiores ganhos para o setor. A entidade quer funcionar como um elo de ligação com as fontes de financiamento para as mudanças tecnológicas, entre as quais a Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (Finep) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "Nós temos que convencê-lo (empresário) que isso é bom para ele, bom para o consumidor e bom para o planeta", declarou Barretto.

Agência Brasil Agência Brasil
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