A comunidade internacional começa a trabalhar para alcançar em 2015 um importante acordo para conter um máximo de 2ºC de aumento na temperatura, um desafio colossal que alguns especialistas consideram uma "missão impossível".
O ciclo de negociações da ONU de dez dias que terminou nesta sexta-feira, em Bonn, deu início à contagem regressiva para a cúpula de Paris, dentro de dois anos e meio, quando deverá ser adotado o mais ambicioso plano na luta contra o mudanças climáticas.
Qual será o marco obrigatório? Que compromissos vão ser tomados para reduzir as emissões de gases do efeito estufa? Devem ser mantida a flexibilidade para grandes países emergentes, como China, em nome do direito ao desenvolvimento?
As questões são muitas e complexas, mas o objetivo é conter o aquecimento em 2°C acima dos níveis pré-industriais. "Em teoria, é possível", considera o climatologista Jean Jouzel, "mas parece muito difícil", diz ele. Com o aumento contínuo das emissões, a concentração de CO2 na atmosfera chegou recentemente a 400 ppm (partes por milhão), nível sem precedentes na história da humanidade.
De acordo com o grupo de referência de especialistas do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC), limitar o aumento da temperatura entre 2°C e 2,4°C supõe que a concentração de CO2 não exceda 350-400 ppm. "Teríamos que diminuir pelo menos pela metade as emissões antes de 2050", explica Jouzel, vice-presidente do IPCC.
A meta de 2°C foi oficialmente adotada na Cúpula de Copenhague em dezembro de 2009. O valor foi determinado por políticos a partir de pesquisas científicas sobre o impacto de vários limiares de temperatura em corais, calotas polares da Groenlândia e na produtividade agrícola.
"Os 2°C são, possivelmente, simbólicos, mas a ideia é que, se superá-los, nós iremos correr riscos com relação à nossa capacidade de nos adaptar", resume Jouzel.
No final de 2012, o ex-negociador da ONU para questões do clima, Yvo de Boer, havia considerado "fora do alcance" tal meta. E esta semana, um influente grupo de especialistas da alemã SWP dedicou um artigo no jornal britânico The Guardian ao "anunciado fracasso da meta de 2°C, algo que ninguém quer falar realmente".
Nos corredores do Hotel Maritim de Bonn, onde aconteceram as negociações sobre o clima, e apesar das dificuldades, ninguém quer colocar em dúvida o único objetivo tangível das negociações, por medo de abrir a caixa de Pandora.
Para o embaixador de Seychelles, Ronald Jumeau, cujo país é um dos muitos Estados insulares ameaçados pelo aumento do nível do mar, e que defende um objetivo de 1,5°C, uma ambição revisada para baixo "sacrificará os mais vulneráveis". "Os negociadores das pequenas ilhas teriam, então, que voltar a seus países e comprar barcos salva-vidas", comentou o embaixador.
Questionada recentemente sobre esta questão, a comissária europeia para o Clima, Connie Hedegaard, lembrou que os 2°C foi "aceito por 120 líderes de todo o mundo há três anos e meio". E perguntou: "Devemos mudar de ambição, porque é difícil?".
"Precisamos de vontade política e visão, e até este momento, não encontramos", admitiu o negociador europeu. "O problema é que, se abandonarmos a meta de 2°C, o que garante que vamos parar em 3°C? Não podemos permitir que essa lógica prevaleça", disse.
Até animais vivos em chaveiros: veja danos do homem ao meio ambiente
Mulher posa com tartarugas carregadas vivas em pequenos sacos plásticos que comprou em Pequim. Cada bolsa dessas, preenchida com oxigênio e um líquido nutritivo, pode manter o animal alimentado durante dois meses
Foto: Reuters
Na China, chaveiros com animais vivos são vendidos ao ar livre. Os chineses acreditam que esse tipo de acessório funciona como um "amuleto da sorte"
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Até tartarugas do Brasil são encontradas nos chaveiros. Cada bolsa dessas, preenchida com oxigênio e um líquido nutritivo, pode manter o animal alimentado durante dois meses
Foto: AP
Peixes, tartarugas e salamandras são dispostas para venda em distrito de compras na capital chinesa. Não há nenhuma lei que proíba a prática
Foto: AP
Grupos de ativistas tentam impedir a prática, que se utiliza de uma brecha na legislação - a lei abrange apenas animais selvagens nativos da China
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No Canadá, a caça às focas é uma das práticas que mais sofrem protesto de ativistas
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Uma das espécies mais ameaçadas de extinção no planeta, o tigre sofre com a caça e a perda de habitat. Estudo indica que mais de mil partes desses animais - cabeças, ossos, pele e outros - foram apreendidos na última década na Ásia. A maior rota de tráfico é entre a Índia e China (onde são vendidos como alimento e na medicina tradicional)
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A caça ocorre na primavera do hemisfério norte, quando os animais migram da Groenlândia para a costa do país para dar à luz. A foca harpa (Pagophilus groenlandicus), apesar de não sofrer risco iminente de extinção, está na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês)
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Em 2010, o governo autorizou a caça de 380 mil focas. A União Europeia e os Estados Unidos proíbem a venda de produtos de foca, e a Rússia vetou a caça desses animais
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Este tubarão-baleia de 6 metros e 3 toneladas foi vítima de pescadores na China
Foto: Reuters
O animal morreu ao ficar preso em uma rede de pesca
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Segundo a organização WWF, o tubarão-baleia é um animal gentil e que corre risco de extinção por causa da pesca comercial
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Imagens divulgadas no dia 22 de fevereiro de 2012 mostram uma fazenda na China onde os ursos são mantidos em cativeiro para a retirada da bile
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A bile do urso é muito usada pela milenar medicina chinesa para tratar problemas no fígado
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Os ursos ficam presos em pequenas jaulas
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A onça-parda Anhanguera foi atropelada na rodovia de mesmo nome em setembro de 2009
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O animal se recuperou totalmente e, no início de 2011, passava por processo de readaptação à natureza
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Não será possível soltar o animal nas proximidades do local onde foi capturado porque aquela área sofreu intensas modificações com a urbanização
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A onça-parda (Puma concolor) é também chamada de puma e suçuarana, entre outros nomes
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O puma também aparece na Lista Vermelha de Animais Ameaçados de Extinção da IUCN
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Dois rinocerontes tiveram seus chifres removidos no Kragga Kama Game Park, em Port Elizabeth, na África do Sul
Foto: Barcroft Media / Getty Images
Apesar de parecer ruim, a medida foi necessária para salvar a vida dos rinocerontes
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Os chifres foram removidos para impedir que os animais continuem sendo alvo de caçadores
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Os efeitos da remoção do chifre na vida dos rinocerontes são incertos, mas donos de reservas veem isso como a única forma de impedir a matança
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Pelo menos 71 rinocerontes já morreram por causa da caça ilegal na África do Sul só neste ano
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Foi utilizada uma serra elétrica no procedimento de remoção dos chifres
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Em 2010, 333 rinocerontes foram mortos por caçadores ilegais
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O procedimento de remoção não causa dor aos animais, pois o corte é feito alto o suficiente para não prejudicar nenhum nervo
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Os rinocerontes recebem chips, que são colocados no topo do chifre cortado
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O chip permite que os proprietários da reserva possam encontrar os rinocerontes em seus 250 hectares de terra
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A equipe utilizou tranquilizantes para acalmar os rinocerontes, duas fêmea de 12 e 4 anos de idade
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Os chifres dos rinocerontes são vendidos no mercado negro e utilizados como ornamento para algumas culturas e para uso medicinal
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Os rinocerontes habitam as savanas e florestas tropicais da África e Ásia
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Filipinas - Um peixe morto é visto boiando nas águas da baía de Manila, em Taguig
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China - Um homem enche um recipiente com água de um canal poluído em Beijing
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Vietnã - Mulher remove lixo de um rio poluído em Hanói
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Iraque - Garotos se reúnem em uma ponte sob um canal poluído na cidade de Basra
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China - Homem toma banho de Sol em praia poluída de Qingdao
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Rio de Janeiro - Homem tenta pescar siris nas águas da baía da Guanabara
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Golfo do México - Navios conduzem incêndios controlados em manchas de óleo, em 2010
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Estados Unidos - Plantas ficam cobertas de óleo em pântano da Louisiana
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Indonésia - Crianças brincam em rio em Jacarta
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África do Sul - Crianças jogam resíduos em canal da Cidade do Cabo