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Fórum pede criação de políticas de gestão ambiental na Rio+20

22 mar 2012 - 19h54
(atualizado às 22h21)
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Os governantes que vão participar da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável - a Rio+20, que será realizada em junho no Rio de Janeiro - devem aproveitar o encontro para firmar as bases de uma política de gestão ambiental, destacaram nesta quinta-feira os participantes do Fórum Mundial de Sustentabilidade, realizado em Manaus.

"Com a visão para os próximos 20 anos, quando teremos um bilhão de pessoas mais, a Rio+20 é a ocasião mais adequada para fortalecer a governabilidade ambiental", afirmou o coordenador da conferência da ONU, Brice Lalonde, ao discursar na primeira sessão do fórum.

No entanto, Lalonde ressaltou que devido ao alto número de participantes que se espera para a Rio+20, as discussões têm que ser dinâmicas para que possam produzir um resultado tangível. "Vamos ter cientistas e 150 mil pessoas de todas as esferas participando da elaboração da declaração final, um compêndio de compromissos que não avançará se as pessoas não se comprometerem, e por isso a palavra 'responsabilidade' será muito importante na Rio+20", declarou.

Lalonde, ex-ministro francês do Meio Ambiente, destacou a necessidade de definir na conferência um "plano de ação sobre a economia verde", baseado na "erradicação da pobreza e na promoção desenvolvimento sustentável" e que leve em conta as ações sociais e a participação das mulheres. "Não podemos destruir a natureza, que é parte de nossa vida", especificou.

O Fórum realizado em Manaus até o próximo sábado tem nesta edição como eixo das discussões "a economia verde e o desenvolvimento sustentável", e reúne cerca de 900 políticos, empresários e ecologistas internacionais.

Na conferência de abertura do fórum, a ex-primeira ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland se referiu também aos desafios da Rio+20 duas décadas depois da Cúpula da Terra, reunião da qual participou e que reuniu em 1992 no Rio de Janeiro governantes e representantes da sociedade civil. "Tivemos um avanço lento, mas temos agentes que aprenderam muito, por isso ainda sou otimista", disse Brundtland, que no entanto advertiu: "não vamos conseguir superar a crise financeira e outros assuntos econômicos, mas resolvemos os problemas do desenvolvimento sustentável".

Neste sentido, Brundtland, que também foi diretora da Organização Mundial da Saúde (OMS), expressou que o mundo "precisa superar as dificuldades da negociação em bloco durante a Rio+20". "A agenda da conferência do Rio é muito mais ampla (que a de 1992), e os países estão investindo em negociações muito mais próximas", acrescentou.

A ex-primeira ministra ressaltou que o papel dos cientistas pode "ajudar muito" quem toma decisões políticas ligadas ao meio ambiente e ao desenvolvimento. Bruntdland, que há duas décadas foi uma das líderes que cunhou o conceito de "desenvolvimento sustentável", afirmou que a expressão "está na moda", mas que se torna "vazia" se não estiverem nela ações como "a erradicação da pobreza, a igualdade social e o respeito ao meio ambiente".

Amanhã, no segundo dia do fórum, participarão o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que dissertará sobre o desafio do desenvolvimento sustentável, e o ex-primeiro ministro francês Dominique de Villepin, com um discurso centrado na economia verde na Europa.

O modelo de desenvolvimento sustentável proposto do ponto de vista econômico, social e ambiental para preservar a Amazônia, o maior pulmão verde do planeta, é o eixo temático do fórum, no qual se discute também a agricultura de baixo carbono e o desenvolvimento humano.

EFE   
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