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Eventos paralelos são alternativa para não credenciados na Rio+20

7 jun 2012 - 11h57
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Entre os dias 13 e 22 de junho, o Rio de Janeiro sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, também chamada de Rio+20. Organizada pelo governo brasileiro, em parceria com a ONU, a conferência aquece a discussão sobre a consciência ambiental no mundo inteiro e marca os 20 anos da Eco 92.

Ativistas do Greenpeace fazem protesto para que as promessas da Rio+20 saiam do papel
Ativistas do Greenpeace fazem protesto para que as promessas da Rio+20 saiam do papel
Foto: Marizilda Cruppe/Greenpeace / Divulgação

A participação nos eventos oficiais da conferência é restrita a pessoas ligadas a governos e organizações da sociedade civil como ONGs, chamados de major groups, que precisam estar cadastrados junto ao Conselho Social e Econômico das Nações Unidas (Ecosoc). "Não é possível a participação de indivíduos na Rio+20, apenas de Estados ou organizações. Mas pensando nessas pessoas, existem vários eventos paralelos, como a Cúpula dos Povos, que irão ocorrer ao mesmo tempo em que a conferência", afirma Gustavo Barreto, assessor de comunicação da Unic Rio, o Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil.

A Cúpula do Povos na Rio+20 por Justiça Social e Ambiental acontece entre os dias 15 e 23 de junho, no Aterro do Flamengo. Durante o evento, diversas organizações e movimentos sociais irão se reunir para discutir as questões ambientais e sociais da atualidade. Para a gestora ambiental Julia Dávila, que participará da Rio+20 pela ONG Viração, de São Paulo, eventos como a Cúpula dos Povos são a forma encontrada pela sociedade de se posicionar sobre a questão ambiental, sendo uma prova do descontentamento e descrença com o que vem sendo feito por órgãos oficiais como a ONU.

"Na teoria, a sociedade civil teria um espaço dentro das negociações oficiais. Mas tem gente que não acredita mais nesse processo, e a sociedade quer mostrar a sua opinião em eventos como a Cúpula dos Povos", afirma. No entanto, ela ressalta a importância dos dois eventos. "Tanto a Cúpula dos Povos quanto a Rio+20 têm sua relevância: enquanto a última é o evento oficial, a primeira é o meio pela qual a sociedade vai se mostrar, com a presença em peso da sociedade civil, que não acredita no evento oficial e está fazendo a sua própria conferência", declara.

Julia acredita que o ideal seria que qualquer pessoa pudesse participar da Rio+20, mas diz que o espaço na conferência é limitado até mesmo para quem está credenciado. "Nós temos um tempo curto de fala, e grande parte da programação têm a participação apenas de chefes de Estado. É a restrição da restrição", resume.

ONG fará cobertura virtual

Também pela Viração - ONG voltada para a educomunicação, campo que propõe uma leitura crítica dos meios de comunicação -, Julia participa da campanha Rio+Você, braço nacional de um projeto que levará cerca de 100 jovens do mundo inteiro para fazer a cobertura virtual da conferência pelo site

site da campanha

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Jovens de até 30 anos vão ter acesso à Rio+20 e aos eventos paralelos, como a Cúpula dos Povos, mostrando o que acontece nesses eventos a partir de diferentes olhares. Para ela, o momento é ideal para eles pensarem no que podem fazer sobre o futuro, em relação ao que ocorre no mundo e até mesmo nos problemas de sua cidade. "A gente quer que eles aproveitem o momento: não é apenas uma reunião de líderes mundiais, é a nossa reunião, é o momento do jovem olhar para o futuro, de a gente falar o que quer para esse futuro¿, ressalta.

Quem não faz parte de nenhum dos major groups também pode enviar sua mensagem para o site O Futuro que Nós Queremos , organizado pelo ONU e pelo qual "todas as pessoas podem entrar e enviar fotos ou mensagens, que serão expostas durante a conferência", explica o assessor de comunicação da Unic Rio.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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