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Erradicação da pobreza pode perder espaço em texto da Rio+20

17 jun 2012 - 16h09
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Os negociadores na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) retomaram, na manhã deste domingo, as reuniões para solucionar as lacunas ainda presentes nas articulações. Para os representantes brasileiros, o texto preliminar ainda será modificado até a elaboração do documento final. As reuniões devem se estender até as 22h e serão retomadas amanhã.

Segundo o chefe do Departamento de Desenvolvimento Sustentável da ONU, 28% do documento estavam concluídos na 5ª
Segundo o chefe do Departamento de Desenvolvimento Sustentável da ONU, 28% do documento estavam concluídos na 5ª
Foto: Mauro Pimentel / Terra

A delegação do Brasil insiste em manter a erradicação da pobreza e da fome associada ao desenvolvimento sustentável, como está no rascunho fechado ontem à noite. Porém, há uma tendência em pulverizar o item destinado à economia verde. No último texto, há um capítulo só para o assunto.

De acordo com o documento, a que a Agência Brasil teve acesso, as principais pendências envolvem questões relativas: às definições de metas, como compromissos formais no que se refere ao desenvolvimento sustentável; às garantias de recursos para a execução das propostas; aos meios para assegurar a transferência de tecnologias limpas; à discriminação de recursos para as propostas sugeridas; e à inclusão da economia verde de forma detalhada.

Representantes do Brasil coordenam os quatro grupos de trabalho, que tratam os temas-chave sem consenso. O chefe da delegação brasileira na Rio+20, embaixador André Corrêa do Lago, coordena o grupo que discute os chamados meios de implementação. Nesse grupo, serão definidos os compromissos assumidos pelos 193 governos e os financiamentos para a execução das ações.

Os negociadores das delegações estão reunidos a portas fechadas, no Pavilhão 4, do Riocentro, onde ocorre a Rio+20. Os jornalistas estão no Pavilhão 3 e o acesso às reuniões não é permitido à imprensa. Paralelamente, integrantes da sociedade civil, de movimentos sociais e de organizações não governamentais participam de debates paralelos.

Os quatro grupos temáticos, que discutem os temas mais polêmicos, dividem-se em meios de implementação, que são as definições de metas para curto, médio e longo prazo, a discriminação das ações para a governança global, além de questões como água e energia e economia verde.

Rio+20

Vinte anos após a Eco92, o Rio de Janeiro volta a receber governantes e sociedade civil de diversos países para discutir planos e ações para o futuro do planeta. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre até o dia 22 de junho na cidade, deverá contribuir para a definição de uma agenda comum sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.

Composta por três momentos, a Rio+20 vai até o dia 15 com foco principal na discussão entre representantes governamentais sobre os documentos que posteriormente serão convencionados na Conferência. A partir do dia 16 e até 19 de junho, serão programados eventos com a sociedade civil. Já de 20 a 22 ocorrerá o Segmento de Alto Nível, para o qual é esperada a presença de diversos chefes de Estado e de governo dos países-membros das Nações Unidas.

Apesar dos esforços do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, vários líderes mundiais não estarão presentes, como o presidente americano Barack Obama, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Ainda assim, o governo brasileiro aposta em uma agenda fortalecida após o encontro.

Agência Brasil Agência Brasil
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