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Economia verde pode tirar 1,3 bi de pessoas da pobreza extrema

Economia verde pode tirar 1,3 bi de pessoas da pobreza extrema

14 jun 2012 - 15h01
(atualizado às 15h19)
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Giuliander Carpes
Direto do Rio de Janeiro

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) liberou nesta quinta-feira, durante a Rio+20, um relatório que mostra que a transição para a "economia verde" pode tirar milhões de pessoas da pobreza no mundo todo e transformar o modo de vida de 1,3 bilhão de pessoas que ganham apenas US$ 1,25 (cerca de R$ 2,50) por dia no planeta. O relatório sustenta, no entanto, que a mudança só será possível quando apoiada por políticas fortes e investimentos dos setores público e privado.

Centenas de indígenas procedentes de três continentes se reuniram nesta quarta-feira no Rio de Janeiro para acender o "fogo sagrado", dando início aos dez dias de atividades paralelas à Rio+20
Centenas de indígenas procedentes de três continentes se reuniram nesta quarta-feira no Rio de Janeiro para acender o "fogo sagrado", dando início aos dez dias de atividades paralelas à Rio+20
Foto: AFP

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O relatório aponta que a economia verde tem o potencial de aumentar a inclusão social, incentivar o crescimento econômico e a oferta de empregos e melhorar a sustentabilidade ambiental. O documento cita vários exemplos de países em desenvolvimento que estão obtendo sucesso na transição para a economia verde. Um deles é que a promoção da agricultura orgânica em Uganda está ajudando dezenas de milhares de produtores a oferecer frutas 300% melhor certificadas para exportação, o que tem aumentado o lucro e gerado mais vagas de trabalho.

Os pesquisadores do Pnuma veem o documento como uma forma de pressionar os líderes globais para fazer a transição para o novo modo econômico de forma urgente. "Esse é um dos primeiros relatórios que mostram a capacidade de mudança da economia verde", afirma Kitty van der Heijden, embaixadora para o desenvolvimento sustentável da Holanda. "Agora temos embasamento científico para que os governos possam tomar medidas."

A economia verde é um assunto que tem causado controvérsia em meio às discussões da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável. O próprio grupo do Brasil nas negociações, o G77+China, vê com restrições o conceito, e a ex-ministra do meio ambiente Marina Silva é uma das pessoas que não entende a relevância da discussão.

No entanto, os pesquisadores do Pnuma argumentam que é perda de tempo analisar os termos do conceito. "Se é economia verde, cor de rosa, laranja, não importa. O que importa é que temos uma base científica que mostra que a adoção de ações relacionadas ao conceito são capazes de promover o combate à pobreza por meio de métodos sustentáveis", defende Peter Hazlewood, diretor de ecossistemas e desenvolvimento do Instituto dos Recursos do Planeta (WRI).

O Pnuma concebe a economia verde como aquela que resulta em melhoria do bem-estar humano e da igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz significativamente os riscos ambientais e a escassez ecológica.

Rio+20

Vinte anos após a Eco92, o Rio de Janeiro volta a receber governantes e sociedade civil de diversos países para discutir planos e ações para o futuro do planeta. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre até o dia 22 de junho na cidade, deverá contribuir para a definição de uma agenda comum sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.

Composta por três momentos, a Rio+20 vai até o dia 15 com foco principal na discussão entre representantes governamentais sobre os documentos que posteriormente serão convencionados na Conferência. A partir do dia 16 e até 19 de junho, serão programados eventos com a sociedade civil. Já de 20 a 22 ocorrerá o Segmento de Alto Nível, para o qual é esperada a presença de diversos chefes de Estado e de governo dos países-membros das Nações Unidas.

Apesar dos esforços do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, vários líderes mundiais não estarão presentes, como o presidente americano Barack Obama, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Ainda assim, o governo brasileiro aposta em uma agenda fortalecida após o encontro.

Fonte: Especial para Terra
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