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Dono de funerária, cansado da morte, adota tartaruga, símbolo da longevidade

11 jun 2015 - 10h12
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Cansado de lidar com os mortos, o diretor de uma funerária japonesa escolheu como animal de estimação Bon-chan, uma tartaruga gigante, símbolo da imortalidade na Ásia, e que passeia na coleira pelas ruas de Tóquio, causando perplexidade nos pedestres.

Quando Hisao Mitani caminha diariamente pelo bairro de Tsukishima em Tóquio com este réptil de 70 quilos, a imagem não passa despercebida. De crianças a idosos, todos querem ver de perto Bon-chan, um exemplar macho de tartaruga-de-esporas africana (Geochelone sulcata).

"Bon-chan é teimoso como eu", explica orgulhoso Mitani, tentando fazer com que o animal caminhe em linha reta na calçada.

Há 20 anos, este sexagenário sem filhos cuida da tartaruga pela qual sua esposa "se apaixonou quando a viu em uma loja de animais de estimação e a trouxe para casa", conta à AFP.

Naquele momento, o réptil media menos de 10 centímetros e cabia facilmente na palma da mão. Atualmente, Bon-chan tem um metro de altura.

"Sabia que cresceria bastante, mas não pensei que fosse pesar tanto", confessa Mitani.

E não parece ter terminado, já que em teoria esta espécie originária de Senegal, Mali, Mauritânia, Etiópia ou Chade pode alcançar 100 quilos quando macho e 60 quilos quando fêmea.

Bon-chan aproveita o calor e gosta especialmente de passear por Tóquio no fim de um dia no verão. No inverno, o quadrúpede se cobre com um enorme casaco adaptado perfeitamente ao seu casco, o que o tornou famoso no bairro.

Como bom vegetariano, se alimenta de verduras fornecidas pelo casal Mitani e por seus vizinhos.

A tartaruga, símbolo da longevidade no Japão, adorna templos e santuários. A lenda diz que pode viver até 10.000 anos, mas esta espécie de tartaruga tem uma expectativa de vida de "apenas" 80 anos.

No entanto, "é certo que eu morrerei antes", afirma resignado o coveiro, que se imagina ao lado de Bon-chan até seu último minuto.

Enquanto isso, Mitani não acredita que a presença de sua tartaruga na entrada de sua funerária seja inapropriada.

"Alguns podem considerar isso fora de lugar, mas mesmo em momentos de tristeza as pessoas não conseguem evitar sorrir quando veem Bon-chan", relata Mitani.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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