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Diretor da ONU: sem consenso, Rio+20 será considerada um fracasso

18 jun 2012 - 16h08
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O diretor do Departamento de Desenvolvimento Sustentável, Assuntos Econômicos e Sociais da Conferência das Nações Unidas sobre Sustentabilidade, Rio+20, Nikhil Seth, disse que se não houver consenso em torno do texto final, a conferência será considerada um fracasso internacional. A declaração foi dada em entrevista coletiva concedida à imprensa, na tarde desta segunda-feira, no Riocentro, onde estão ocorrendo as negociações em torno do documento.

Mulheres cantam "Meu corpo é meu" durante a marcha pelo direito das mulheres
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Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

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"É um processo político. Todos estão envolvidos em criar o futuro que queremos. Se, hipoteticamente, não se chegar a um acordo, isso será um fracasso coletivo, do sistema internacional", disse Seth, ao ser perguntado se isso ocorrer com as negociações lideradas pelo Brasil poderia ser considerado um fracasso brasileiro.

Seth disse, no entanto, que está otimista de que haverá um consenso em torno do documento e que esse será um bom texto. "O fato de termos um texto que nos dará uma direção para onde devemos ir já é uma boa conquista", afirmou Seth.

Por meio de mensagem lida pelo porta-voz da conferência, durante a entrevista, o secretário-geral da Rio+20, Sha Zukang, disse acreditar que a disposição das delegações em trabalhar duro em torno do documento para conclui-lo hoje será bem sucedida. "Delegados concordaram que o Brasil produziu um texto coerente e consolidado."

Também em entrevista coletiva, o ministro do Meio Ambiente da Alemanha, Peter Altmeier, disse, nesta segunda-feira, que o texto que está sendo negociado traz avanços substanciais, mas que ainda há espaço para melhorá-lo. Segundo ele, o documento poderia ser ambicioso, por exemplo, no que se refere aos oceanos.

Sobre a Rio+20

Vinte anos após a Eco92, o Rio de Janeiro volta a receber governantes e sociedade civil de diversos países para discutir planos e ações para o futuro do planeta. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre até o dia 22 de junho na cidade, deverá contribuir para a definição de uma agenda comum sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.

Composta por três momentos, a Rio+20 vai até o dia 15 com foco principal na discussão entre representantes governamentais sobre os documentos que posteriormente serão convencionados na Conferência. A partir do dia 16 e até 19 de junho, serão programados eventos com a sociedade civil. Já de 20 a 22 ocorrerá o Segmento de Alto Nível, para o qual é esperada a presença de diversos chefes de Estado e de governo dos países-membros das Nações Unidas.

Apesar dos esforços do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, vários líderes mundiais não estarão presentes, como o presidente americano Barack Obama, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Ainda assim, o governo brasileiro aposta em uma agenda fortalecida após o encontro.

vc repórter

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Agência Brasil Agência Brasil
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