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Cruzeiros ibéricos divulgam beleza do 'Grand Canyon' do Rio Douro

7 set 2014 - 10h11
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Cruzeiros ambientais organizados por Espanha e Portugal divulgam a beleza do Rio Douro, considerado o 'Grand Canyon da Europa', e impulsionam a economia local das regiões de fronteira.

A Estação Biológica Internacional do Douro (E.B.I.) desenvolve este projeto como parte do seu trabalho de preservação do rio, que nasce em Sória (Castela e Leão) e atravessa o norte de Portugal até desembocar nas cidades portuguesas do Porto e Gaia.

Os passeios são feitos diariamente a bordo de embarcações que saem do Lago de Sanábria, na província de Zamora (Espanha), e de Miranda do Douro, na região de Bragança (norte de Portugal).

Os trajetos permitem aos visitantes ver a beleza do lugar de dentro do rio, o que favorece uma visão única do chamado 'Grand Canyon da Europa', com 200 metros de altura. O Douro foi considerado indomável durante décadas, devido às suas fortes correntezas, curvas fechadas e fluxos violentos, mas a construção de várias barragens ao longo dos seus, aproximadamente, 900 km conseguiu acalmar suas águas.

O novo rio se tornou um lugar tranquilo e paradisíaco onde, além de cruzeiros, são realizados eventos esportivos e culturais, tais como a Extreme Sailing Series e o Red Bull Air Race. O seu curso marcou também a história da região, pois as suas águas banham o Vale do Douro em Portugal, onde se cultivam as uvas colhidas para o vinho do Porto, também transportado através do rio.

O coordenador da Estação Biológica Internacional, David de Salvador, explicou à Agência Efe que a natureza singular mostrada pelos cruzeiros do Douro atrai anualmente entre 60 mil e 70 mil visitantes, traduzido em grande impacto na economia local. O projeto contribuiu em 2,5 milhões de euros para a região, e reavivou negócios locais como restaurantes, hotéis e lojinhas das populações que vivem no entorno.

O cruzeiro português sai da estação biológica do Parque Natural de Arribas do Douro rumo a Salamanca e leva 120 passageiros através das encostas íngremes do rio. Guias explicam sobre flora, fauna e geologia, e o sistema aquático da parte superior do rio, ao longo da viagem no navio-escola "Esqua", equipado com um laboratório e aparelhos para visão por infravermelhos.

No final do cruzeiro, os visitantes podem assistir a uma apresentação interativa das aves de rapina pertencentes aos projetos de criação em cativeiro desta entidade.

No Lago de Sanábria - o maior lago de origem glaciar da península Ibérica -, o passeio se foca no estudo do ecossistema aquático da linha d'água para baixo. Os passageiros viajam com o navio-escola Helios, o primeiro catamarã eólico-solar do mundo com zero emissão de gases, provido de um laboratório oceanográfico.

Ao longo do percurso, biólogos-mergulhadores da Estação Biológica descem ao lago e explicam de lá sobre geologia, fauna e flora submarina. No fim, os passageiros provam os produtos típicos da região, como o vinho do Porto (da parte portuguesa) e uma degustação de sidra de Sanábria (da parte espanhola).

O valor arrecadado neste passeio turístico é investido em pesquisas e projetos de proteção do habitat realizados pela Estação Biológica e pelas entidades com as quais colabora. Os projetos são feitos com o apoio do Instituto da Conservação da Natureza (ICNF) de Portugal e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), no norte de Portugal, e a Cousteau Divers, organização liderada por Pierre-Yves Cousteau, filho do célebre oceanógrafo francês Jacques Cousteau.

EFE   
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