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Colegas de espeleólogos acusam Rabat e Madri de deixá-los morrer

9 abr 2015 - 21h25
(atualizado às 21h25)
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Colegas das duas vítimas de um acidente de montanha no Marrocos denunciaram nesta quinta-feira, em Granada, a obstrução das autoridades marroquinas e a inação das autoridades espanholas, o que impediu que fossem socorridos rapidamente.

"É um assassinato cometido pelas autoridades marroquinas e consentido pelo governo da Espanha e seu principal funcionário, Mariano Rajoy", afirmou José Morilla, membro da expedição de que faziam parte o advogado Gustavo Virués e o policial José Antonio Martínez, ambos de 41 anos, que morreram no acidente, ao qual sobreviveu Juan Bolívar, de 27 anos.

"Haverá ações judiciais", acrescentou Morilla em coletiva de imprensa, após acusar as autoridades marroquinas de ter rejeitado os esforços espanhóis e a Madri de não fazer mais para que fossem aceitos.

O resgate dos espeleólogos, acidentados no maciço do Atlas, no sul do Marrocos, ao qual foram com outros seis montanhistas, dos quais se separaram horas antes do acidente, em 29 de março, causou forte polêmica na Espanha, desde o anúncio da morte da segunda vítima, seis dias depois.

Único sobrevivente, Bolívar relatou à imprensa o calvário que viveu durante aqueles dias, desde que o acidente ocorreu, no domingo, quando "em um momento dado você olha para baixo e se desorienta, olha para cima e vê os dois caindo" da parede que estavam escalando.

O jovem policial relatou que constatou a morte de Virués, um experiente montanhista, e que Martínez tinha fraturas nas duas pernas e um ferimento na cabeça.

Na primeira hora da manhã de sábado, "duas pessoas com cordas me fizeram sinais, me disseram que está tudo bem", contou.

Então, um gendarme marroquino foi até o ferido. Segundo os espeleólogos, contava apenas com a ajuda de outro gendarme e não tinham os recursos necessários para fazer o resgate.

Os dois não conseguiram tirar o ferido na maca, pois era preciso subir 300 metros com uma corda e, esgotados, o deixaram em um rio, onde passou a noite até morrer.

A Espanha tinha pronto desde a sexta-feira um avião com uma equipe de resgate de montanha da guarda civil, mas não foi autorizado a seguir viagem até o domingo, a tempo apenas de resgatar os cadáveres.

Os corpos de Virués e Martínez chegaram na primeira hora da tarde a Madri, de onde foram levados para suas cidades natais de Chiclana de la Frontera e Granada (sul), respectivamente.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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