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Centro convoca governantes a boicotarem Ahmadinejad na Rio+20

11 jun 2012 - 17h42
(atualizado às 22h45)
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O Centro Simon Wiesenthal fez um apelo nesta segunda-feira aos governantes de todo o mundo pedindo que "rejeitem encontros bilaterais" com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, durante a conferência Rio+20 e "abandonem o recinto" quando o iraniano tomar a palavra.

Por meio de comunicado, a organização judaica de direitos humanos declarou que seu diretor de Relações Internacionais, Shimon Samuels, transmitiu o pedido aos governos dos cerca de 180 países que devem comparecer ao evento, que será realizado de 20 a 22 de junho.

"No passado", diz a nota, "Ahmadinejad abusou da tribuna da ONU para negar o Holocausto e promover uma incitação ao genocídio através de seus reiterados apelos à destruição um país membro da comunidade internacional, o Estado de Israel".

O comunicado acrescenta que "o regime iraniano patrocina o terrorismo internacional e foi acusado pela justiça argentina por sua responsabilidade no atentado de 1994" contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) em Buenos Aires, que causou a morte de 85 pessoas e centenas de feridos.

Segundo o Centro Wiesenthal, a política "terrorista" do Irã "continua, (...) através do apoio militar aos crimes do ditador sírio Bashar al Assad contra seu próprio povo". A organização sustentou que o líder iraniano "aproveitará" sua presença na Rio+20 para "romper o isolamento imposto pelo grupo 5+1 (Alemanha, China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia)" e conseguir apoio a seu programa nuclear.

"Convocamos todos os delegados a se retirarem do recinto quando Ahmadinejad se dirigir à tribuna. A América Latina tem a obrigação de enviar uma poderosa mensagem não só a Teerã, mas ao resto do mundo, sobre seu compromisso com a responsabilidade e a paz mundial", acrescentou o comunicado.

O comparecimento do líder iraniano na Rio+20 foi confirmado pelo governo brasileiro, que organiza a reunião com a ONU e espera a presença de delegações de cerca de 180 países, dos quais aproximadamente 100 serão representados por seus chefes de Estado e de governo.

Rio+20

A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável ocorre na cidade do Rio de Janeiro entre os dias 13 a 22 de junho e deverá contribuir para a definição da agenda de discussões e ações sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.

Assim chamada por marcar os 20 anos da realização da Eco92, a Rio+20 é composta por três momentos. De 13 a 15 de junho, representantes governamentais discutirão os documentos que posteriormente serão convencionados na Conferência. Entre 16 e 19, serão programados eventos com a sociedade civil. Já de 20 a 22 ocorrerá o Segmento de Alto Nível da Conferência, para o qual é esperada a presença de diversos chefes de Estado e de governo dos países-membros das Nações Unidas.

Apesar dos esforços do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, vários líderes mundiais estarão ausentes, incluindo o presidente americano Barack Obama. Do lado europeu, ficam de fora a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Para garantir a presença de países africanos e caribenhos, o Itamaraty, o Ministério da Defesa e a Embraer trarão as delegações de 10 deles.

EFE   
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