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Cambojano quer alertar o mundo sobre drama de famílias no seu País

16 jun 2012 - 18h37
(atualizado às 18h44)
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Angela Chagas
Direto do Rio de Janeiro

Chanborey Pey, 27 anos, veio ao Brasil para participar da Cúpula dos Povos
Chanborey Pey, 27 anos, veio ao Brasil para participar da Cúpula dos Povos
Foto: Angela Chagas / Terra

Pessoas de diferentes nacionalidades se reuniram na tarde deste sábado sob a sombra de árvores do Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, para ouvir a história de vida de um cambojano de 27 anos que veio ao Brasil para participar da Cúpula dos Povos. "Eu quero que o mundo saiba o que as famílias de pequenos agricultores do meu país passam", disse Chanborey Pey, voluntário da Oxfam Internacional, uma instituição que atua em mais de 100 países para promover a justiça e reduzir a pobreza.

Confira a programação com os principais eventos

Veja onde estão ocorrendo os eventos da Rio+20

Pey trabalha há quatro anos com ONGs que buscam alertar a população das pequenas comunidades agrícolas do Camboja sobre seus direitos. "As nossas famílias são retiradas de suas terras pelo governo, que quer destinar o maior número de áreas para as grandes empresas que estão se instalando no País", disse o jovem. Segundo ele, as autoridades desapropriam as terras e obrigam as famílias a se mudar para outras áreas, sem nenhuma estrutura.

"Eles tiram as pessoas da terra onde nasceram e colocam em lugares onde não dá para plantar e onde não tem nem água potável, escola, sistema de saúde", afirma o cambojano. O trabalho de Pey é levar informação a essas comunidades, para que elas se organizem e lutem pelos seus direitos. "Trabalhamos principalmente com a educação, promovendo a consciência. É difícil porque há muita repressão do governo e boa parte da população ainda permanece alienada, tem medo de lutar", conta.

O cambojano vai ficar no Brasil até o dia 25 de junho e disse que ainda quer ter tempo de conhecer os pontos turísticos da cidade. "É tudo muito lindo, gostei muito do Brasil". Questionado sobre o que espera da Rio+20, a conferência sobre desenvolvimento sustentável que acontece até o dia 22 no Rio, ele disse que acredita que as nações irão se unir pelo bem do planeta. "Eu desejo que os governantes saiam do encontro com alguma coisa prática. Se todos trabalharem juntos, poderemos ver as mudanças que o mundo precisa", completou.

Rio+20

Vinte anos após a Eco92, o Rio de Janeiro volta a receber governantes e sociedade civil de diversos países para discutir planos e ações para o futuro do planeta. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre até o dia 22 de junho na cidade, deverá contribuir para a definição de uma agenda comum sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.

Composta por três momentos, a Rio+20 vai até o dia 15 com foco principal na discussão entre representantes governamentais sobre os documentos que posteriormente serão convencionados na Conferência. A partir do dia 16 e até 19 de junho, serão programados eventos com a sociedade civil. Já de 20 a 22 ocorrerá o Segmento de Alto Nível, para o qual é esperada a presença de diversos chefes de Estado e de governo dos países-membros das Nações Unidas.

Apesar dos esforços do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, vários líderes mundiais não estarão presentes, como o presidente americano Barack Obama, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Ainda assim, o governo brasileiro aposta em uma agenda fortalecida após o encontro.

Fonte: Especial para Terra
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