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Brasil quer nova métrica para medir desenvolvimento no mundo

17 mai 2012 - 09h58
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O Brasil vai defender durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, o estabelecimento de um novo índice para medir o desenvolvimento no mundo. Nem o Produto Interno Bruto (PIB) nem o Índice de Desenvolvimento Social (IDH) traduzem a realidade dos países, afirma a diretora de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Karen Suassuna.


"Hoje dimensionamos crescimento sem medir a questão sustentável. Queremos, ao longo dos anos, desenvolver indicadores que tenham apoio no tripé econômico, social e ambiental", afirma Karen.


Na opinião do deputado Alfredo Sirkis, a adoção do novo indicador é um dos pontos que deve estar na proposta sobre economia verde, que fará parte do rascunho zero da Rio+20. "Não queremos a adoção de indicadores paralelos, como um PIB verde, mas contestar o próprio PIB como métrica de desenvolvimento do planeta. O PIB não serve mais", afirma.


Para o embaixador brasileiro André Corrêa do Lago, diretor do Departamento de Meio Ambiente do Ministério de Relações Exteriores, o debate sobre desenvolvimento sustentável não é mais uma alternativa, mas uma resposta prática às mudanças do clima e à erradicação da pobreza.


Desertificação - O grupo de especialistas que trata da desertificação no mundo conseguiu manter o tema no rascunho zero, documento guia da conferência. A desertificação é um fenômeno caracterizado por intensa degradação do ecossistema, com perda da capacidade de produção, devido a atividades humanas. De acordo com a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, a desertificação é "a degradação da terra nas regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas, resultante de vários fatores, entre eles as variações climáticas e as atividades humanas".


O diretor do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Antônio Magalhães, diz que o texto de recomendação para a Rio+20 foi resumido pelos negociadores da conferência. "Mas o importante são os desdobramentos. Se os países se comprometerem com o fortalecimento de políticas públicas para estas regiões desertificadas, e o governo brasileiro reconhecer que precisa organizar melhor as políticas para essas áreas, como o semiárido nordestino, já teremos um bom resultado", avalia.


O grupo, que reúne especialistas de vários países, vai apresentar propostas durante os eventos preparatórios da Rio+20. A desertificação ameaça 40% da superfície terrestre do mundo, onde vivem mais de 2,6 bilhões de pessoas, de acordo com estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU).


Fonte: DiárioNet DiárioNet
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