Um artista britânico causou sensação na China com uma bicicleta que "filtra o ar" e outros objetos que propõem alternativas ecológicas e autossustentáveis em um país tido como um dos mais poluidores do mundo. Em sua criações ele mistura arte, engenharia e ciência. Além da bicicleta, Matt Hope criou um macacão que protege contra radiação de telefones celulares e uma usina individual de energia.
Sua proposta é inserir ideias e questionamentos sobre a poluição no dia a dia dos habitantes das metrópoles chinesas. "Não é que eu esteja fazendo grandes descobertas que vão mudar a cara da ciência. Sou um artista - ou algo entre um e outro", avalia Hope.
A curiosidade infantil levou o britânico a desenvolver sua arte e a mudança para Pequim reforçou sua consciência ecológica.
"Desde pequeno, ainda em Londres, eu me interessava em saber como as coisas funcionavam, então ia lá e abria todas as máquinas, relógios, o que eu encontrava em casa, para ver o que tinha dentro", lembra.
Motivado pela crise econômica mundial, resolveu ir morar na China em 2007, pensando que poderia fazer sua arte pela metade dos custos. A inspiração para o seu trabalho acompanhou a mudança. O cotidiano caótico e poluído de Pequim acabou tendo uma grande influência em suas obras.
"Eu sinto que, quando eu cheguei, queria fazer obras mais limpas, que tivessem uma cara mais industrial uma vez terminadas."
Bicicleta respiratória
Um bom exemplo é a bicicleta respiratória. Inicialmente concebida para uma exibição de design, a bicicleta acabou colocando o artista em inúmeros microblogs da internet chinesa.
Hope comprou a bicicleta em um supermercado local e adicionou uma cesta de lixo. Dentro da cesta há um gerador movido a pedaladas que aciona um filtro caseiro de ar. O ar gerado pelo filtro segue por um tubo até um capacete no rosto do ciclista.
"O ar filtrado só vem para a máscara de quem está pedalando. É bastante egoísta. Como os chineses, ou a sociedade contemporânea mundial", diz.
Para ele, o sucesso da obra está no apelo especial que ela tem para os chineses.
Na China, até o final do século 20 a bicicleta reinou absoluta como meio de transporte, mas acabou substituída pelos milhões de automóveis que atualmente ajudam a manter a poluição de Pequim em níveis insuportáveis, causando a morte de mais de 8 mil pessoas a cada ano, de acordo com estudo feito pelo Greenpeace e a Universidade de Pequim.
Macacão
Outra obra sua, o macacão de metal, funciona como uma barreira contra a poluição emitida por equipamentos eletrônicos e foi inspirado pela antena de telefone celular instalada a poucos metros de sua casa. A peça é semelhante a um avental comumente usado por mulheres grávidas na China, que temem o contato do feto com ondas eletromagnéticas e também se parece com a vestimenta usada em hospitais durante exames de raio-X.
"Quando você veste o macacão, nem ligações de celular você recebe", explica Hope.
A obra retrata a realidade de uma cidade que conta com 1,11 bilhão de usuários de aparelhos celulares, conforme o Ministério de Indústria e Tecnologia da Informação da China. Em consequência, a radiação gerada pelos aparelhos está por toda parte.
Por serem interativas, as obras do britânico acabam vulneráveis ao uso do público. Hope conta que em uma exposição realizada há dois anos em Chengdu, no sul da China, uma de suas obras, a "usina de energia", quase acabou destruída com o grande número de pessoas que queriam "brincar" com a engenhoca.
Para criar a obra, ele se inspirou nos vilarejos onde há problemas de abastecimento de energia elétrica. Ele observou que os moradores desses locais criam suas próprias fontes de energia utilizando os equipamentos de ginástica disponíveis nas ruas. Montados com pedais que se assemelham a esquis e bicicletas estáticas, as máquinas usam a energia humana para gerar eletricidade.
"Os chineses reconhecem o material porque faz parte da vida deles, e então lidavam com a peça como se estivessem mesmo se exercitando na rua. Eles subiam, cantavam músicas da Revolução Cultural e se divertiam com a luz de estroboscópio gerada em seus rostos", ri.
Reciclagem
A peça reflete a preocupação com o fato da China ter 70% da sua produção industrial e abastecimento energético ligado a uma fonte não-renovável e altamente poluidora: o carvão.
Matt Hope também se preocupa com a reciclagem das obras que eventualmente são danificadas pelo uso. Para ele, seu estilo de arte tem esse propósito de se retroalimentar e mudar constantemente.
De olho nas mudanças impostas pela natureza, Matt Hope dá uma dica do que pode ser seu próximo projeto. "Todo meu trabalho é fruto da minha observação. Percebo coisas que às vezes as pessoas ignoram", explica Hope.
"Eu vi, por exemplo, que o telhado da minha casa está sempre coberto de grama quando está mais frio, o que me fez pensar que há mais água no ar de Pequim do que imaginamos".
Até animais vivos em chaveiros: veja danos do homem ao meio ambiente
Mulher posa com tartarugas carregadas vivas em pequenos sacos plásticos que comprou em Pequim. Cada bolsa dessas, preenchida com oxigênio e um líquido nutritivo, pode manter o animal alimentado durante dois meses
Foto: Reuters
Na China, chaveiros com animais vivos são vendidos ao ar livre. Os chineses acreditam que esse tipo de acessório funciona como um "amuleto da sorte"
Foto: AP
Até tartarugas do Brasil são encontradas nos chaveiros. Cada bolsa dessas, preenchida com oxigênio e um líquido nutritivo, pode manter o animal alimentado durante dois meses
Foto: AP
Peixes, tartarugas e salamandras são dispostas para venda em distrito de compras na capital chinesa. Não há nenhuma lei que proíba a prática
Foto: AP
Grupos de ativistas tentam impedir a prática, que se utiliza de uma brecha na legislação - a lei abrange apenas animais selvagens nativos da China
Foto: Reprodução
No Canadá, a caça às focas é uma das práticas que mais sofrem protesto de ativistas
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Uma das espécies mais ameaçadas de extinção no planeta, o tigre sofre com a caça e a perda de habitat. Estudo indica que mais de mil partes desses animais - cabeças, ossos, pele e outros - foram apreendidos na última década na Ásia. A maior rota de tráfico é entre a Índia e China (onde são vendidos como alimento e na medicina tradicional)
Foto: AP
A caça ocorre na primavera do hemisfério norte, quando os animais migram da Groenlândia para a costa do país para dar à luz. A foca harpa (Pagophilus groenlandicus), apesar de não sofrer risco iminente de extinção, está na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês)
Foto: AFP
Em 2010, o governo autorizou a caça de 380 mil focas. A União Europeia e os Estados Unidos proíbem a venda de produtos de foca, e a Rússia vetou a caça desses animais
Foto: AFP
Este tubarão-baleia de 6 metros e 3 toneladas foi vítima de pescadores na China
Foto: Reuters
O animal morreu ao ficar preso em uma rede de pesca
Foto: Reuters
Segundo a organização WWF, o tubarão-baleia é um animal gentil e que corre risco de extinção por causa da pesca comercial
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Imagens divulgadas no dia 22 de fevereiro de 2012 mostram uma fazenda na China onde os ursos são mantidos em cativeiro para a retirada da bile
Foto: AFP
A bile do urso é muito usada pela milenar medicina chinesa para tratar problemas no fígado
Foto: AFP
Os ursos ficam presos em pequenas jaulas
Foto: AFP
A onça-parda Anhanguera foi atropelada na rodovia de mesmo nome em setembro de 2009
Foto: Divulgação
O animal se recuperou totalmente e, no início de 2011, passava por processo de readaptação à natureza
Foto: Divulgação
Não será possível soltar o animal nas proximidades do local onde foi capturado porque aquela área sofreu intensas modificações com a urbanização
Foto: Divulgação
A onça-parda (Puma concolor) é também chamada de puma e suçuarana, entre outros nomes
Foto: Divulgação
O puma também aparece na Lista Vermelha de Animais Ameaçados de Extinção da IUCN
Foto: Divulgação
Dois rinocerontes tiveram seus chifres removidos no Kragga Kama Game Park, em Port Elizabeth, na África do Sul
Foto: Barcroft Media / Getty Images
Apesar de parecer ruim, a medida foi necessária para salvar a vida dos rinocerontes
Foto: Barcroft Media / Getty Images
Os chifres foram removidos para impedir que os animais continuem sendo alvo de caçadores
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Os efeitos da remoção do chifre na vida dos rinocerontes são incertos, mas donos de reservas veem isso como a única forma de impedir a matança
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Pelo menos 71 rinocerontes já morreram por causa da caça ilegal na África do Sul só neste ano
Foto: Barcroft Media / Getty Images
Foi utilizada uma serra elétrica no procedimento de remoção dos chifres
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Em 2010, 333 rinocerontes foram mortos por caçadores ilegais
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O procedimento de remoção não causa dor aos animais, pois o corte é feito alto o suficiente para não prejudicar nenhum nervo
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Os rinocerontes recebem chips, que são colocados no topo do chifre cortado
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O chip permite que os proprietários da reserva possam encontrar os rinocerontes em seus 250 hectares de terra
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A equipe utilizou tranquilizantes para acalmar os rinocerontes, duas fêmea de 12 e 4 anos de idade
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Os chifres dos rinocerontes são vendidos no mercado negro e utilizados como ornamento para algumas culturas e para uso medicinal
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Os rinocerontes habitam as savanas e florestas tropicais da África e Ásia
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Filipinas - Um peixe morto é visto boiando nas águas da baía de Manila, em Taguig
Foto: Reuters
China - Um homem enche um recipiente com água de um canal poluído em Beijing
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Vietnã - Mulher remove lixo de um rio poluído em Hanói
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Iraque - Garotos se reúnem em uma ponte sob um canal poluído na cidade de Basra
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China - Homem toma banho de Sol em praia poluída de Qingdao
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Rio de Janeiro - Homem tenta pescar siris nas águas da baía da Guanabara
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Golfo do México - Navios conduzem incêndios controlados em manchas de óleo, em 2010
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Estados Unidos - Plantas ficam cobertas de óleo em pântano da Louisiana
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Indonésia - Crianças brincam em rio em Jacarta
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África do Sul - Crianças jogam resíduos em canal da Cidade do Cabo