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Sexta extinção massiva da Terra já começou, diz estudo

Desde o fim da era dos dinossauros, o planeta não perdia espécies a uma taxa tão elevada como agora, incluindo a espécie humana

19 jun 2015 - 20h00
(atualizado às 20h56)
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O mundo está começando a sofrer a sexta extinção em massa de sua história. Atualmente, os animais desaparecem numa uma taxa 100 vezes maior do que costumavam, alertaram os cientistas nesta sexta-feira. E os seres humanos podem estar entre eles.

Desde o fim da era dos dinossauros, há 66 milhões de anos, o planeta não perdia espécies a uma taxa tão elevada como agora, de acordo com um estudo realizado por especialistas das universidades de Stanford, Princeton e da Califórnia em Berkeley.

O estudo "mostra sem sombra de dúvidas que estamos entrando na sexta maior extinção em massa", disse o co-autor Paul Ehrlich, professor de biologia na Universidade de Stanford.

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E a espécie humana é, provavelmente, uma das espécies perdidas, informou o estudo - chamado por seus autores de "conservador" - divulgado na revista Science Advances.

"Se permitirmos que isso continue, a vida vai levar milhões de anos para se recuperar e nossa própria espécie provavelmente se tornará extinta em breve", afirmou o principal autor do estudo, Gerardo Ceballos, da Universidade Autônoma do México.

A análise baseia-se nas extinções documentadas de vertebrados, ou seja, animais com esqueletos internos como rãs, répteis e tigres, a partir de registros fósseis e outros dados históricos.

A taxa de extinção de espécies moderna foi, então, comparada com "a taxa natural de extinção de espécies antes da atividade humana dominar (a Terra)".

Mico-leão-dourado resiste à extinção, mas ainda é ameaçado:

Pode ser difícil de estimar esta taxa, também conhecida como taxa de extinção de fundo, porque os seres humanos não sabem exatamente o que aconteceu no curso da história de 4,5 bilhões de anos da Terra.

Para o estudo, os pesquisadores utilizaram uma taxa de extinção passada duas vezes maior às estimativas que são geralmente utilizadas.

Se a taxa passada - ou ritmo natural - era de duas extinções de mamíferos para cada 10.000 espécies com mais de 100 anos, então a "taxa média de desaparecimento de espécies de vertebrados no século passado é 114 vezes maior do que teria sido se não tivesse havido a atividade humana", disse o estudo.

"E isso mesmo com base em estimativas conservadoras da taxa de extinção de espécies", acrescentou.

"Nós insistimos que nossos cálculos provavelmente subestimam a gravidade da crise de extinção, pois nosso objetivo era colocar um limite realista, mas limitar o impacto humano sobre sobre biodiversidade".

As causas da extinção atual de espécies são, entre outras, alterações climáticas, poluição e desmatamento.

De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), cerca de 41% de todos os anfíbios e 26% das espécies de mamíferos estão ameaçadas de extinção.

"Há exemplares de espécies ao redor do mundo que são basicamente mortos vivos", explicou Ehrlich.

O estudo chama que "sejam intensificadas e aceleradas as medidas destinadas a conservar as espécies ameaçadas e aliviar a pressão sobre suas populações, como a perda do habitat, a exploração de recursos com fins econômicos e mudanças climáticas".

Tartarugas ameaçadas de extinção são encontradas na França:
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