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Robert Redford apresenta na ONU suas preocupações com mudança climática

29 jun 2015 - 19h41
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O ator Robert Redford pediu nesta segunda-feira em discurso na ONU que a comunidade internacional se una pelo "objetivo comum" de lutar contra a mudança climática porque "este é nosso único planeta e nossa única fonte de vida".

"É nossa última oportunidade. Os recursos do planeta são limitados, mas não há limite para a imaginação humana e nossa capacidade para resolver nossos maiores problemas", afirmou o ator americano em seu discurso.

Robert Redford falou em um painel realizado na ONU, eventos anteriores à Cúpula de Mudança Climática, que será realizada em dezembro em Paris para limitar as emissões de gases do efeito estufa.

Dirigindo-se à audiência de uma das salas das Nações Unidas, de terno escuro e camisa branca sem gravata, Redford se apresentou como um "ator de profissão, mas um ativista por natureza".

"Sempre achei que devemos encontrar um balanço entre o que produzimos para nossa sobrevivência com o que preservamos para nossa sobrevivência".

O ator lembrou que há quatro décadas se preocupa com este tema e pediu que as nações participantes da cúpula de Paris "adotem compromissos para atuar imediatamente".

"Hoje em dia não podemos usar a ignorância de escudo, como desculpa pela falta de ações", acrescentou. "Há conclusões avassaladoras da ciência que indicam que a mudança climática é real, e que é resultado das atividades humanas", acrescentou Redford.

Ele também citou a recente encíclica do papa Francisco sobre o tema, ao dizer que a luta contra o aquecimento global "é um imperativo moral que transcende o mundo da política".

"Quando a temperatura do planeta se eleva, também aumenta a instabilidade global, a pobreza e os conflitos", insistiu. "Chegamos até aqui. Este é nosso único planeta, e nossa única fonte de vida", assegurou.

Quando as nações se reunirem em Paris em dezembro "os cidadãos do mundo estarão vigiando", destacou. "Estarão vendo se vocês assumem o papel de liderança para combater a mudança climática", advertiu aos representantes da ONU.

Em declarações aos jornalistas depois da reunião, o ator, de 78 anos, disse que seus maiores interesses pessoais são "a arte e a natureza".

Redford contou que começou a se interessar pela natureza ao perceber as mudanças na cidade em que cresceu, Los Angeles, após a Segunda Guerra Mundial, quando começaram a surgir arranha-céus e os primeiros sinais de poluição ambiental.

"Estavam me separando da cidade que amava desde criança", acrescentou o ator.

Redford se mostrou contrário a levar a luta contra a mudança climática ao cinema, como tema geral, porque acha que corre o risco de cair na propaganda.

Mas, acrescentou, que "é possível contar uma história de temas mais específicos, menores, como a água dos rios ou o valor dos animais". Mesmo assim, disse não ter nenhum projeto deste tipo.

O ator e diretor, que começou sua carreira em Nova York na década de 50, disse que, em relação aos temas ambientais, "há uma diferença sobre quem não quer ouvir a verdade e as pessoas que não sabem nada sobre essa verdade".

"Têm medo da mudança, não querem ouvir, fecham seus ouvidos, mas acho que o barulho vai ser muito alto para que continuem a manter os ouvidos fechados", insistiu.

EFE   
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