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Quênia queima 15 toneladas de marfim para pedir o fim da caça ilegal

3 mar 2015 - 14h53
(atualizado às 14h53)
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O governo do Quênia queimou nesta terça-feira 15 toneladas de marfim obtidas da caça ilegal de elefantes para protestar contra essa prática, cuja atividade gera cerca de US$ 213 milhões a cada ano para as máfias que traficam partes da flora e fauna da África.

O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, ateou fogo em um pilha de chifres de elefante no Parque Nacional de Nairóbi por conta do Dia Internacional da Fauna, no qual o país também homenageia sua conservacionista mais célebre, a vencedora do prêmio Nobel Wangari Maathai.

"Para demonstrar sua determinação na hora de erradicar a caça ilegal, meu governo queimará o resto de suas reservas ao longo deste ano", assegurou Kenyatta.

O líder, acompanhado pelo famoso conservacionista Richard Leakey, ateou fogo em uma pilha de chifres de elefante, alguns dos quais alcançavam os 37 quilogramas de peso e teriam sido cotados no mercado negro por dezenas de milhares de dólares.

Em 1989, o Quênia chamou à comunidade internacional a lutar contra a caça ilegal destruindo pela primeira vez suas reservas de marfim apreendidas, o que levou à proibição deste comércio e à diminuição da demanda desta matéria santuária na Europa, Estados Unidos e Japão.

"Vinte e cinco anos depois, a demanda de novos mercados volta a ameaçar os elefantes e rinocerontes da África", alertou o presidente queniano.

"Estamos comprometidos a combater esta ameaça até que desmantelemos toda esta economia", disse Kenyatta antes de prometer que seu país defenderá a sobrevivência das povoações de elefante e rinoceronte.

Nos últimos três anos, a caça ilegal de animais protegidos se transformou em um dos principais desafios do Quênia, onde este comércio ilícito ameaça não só sua biodiversidade, mas também sua indústria turística e desenvolvimento econômico.

"A caça ilegal é alimentada pela demanda de marfim e chifre de rinoceronte no mercado internacional. São necessários esforços locais e internacionais para interromper e destroçar o sistema de contrabando que sustenta o negócio do marfim", acrescentou.

Entre 20 mil e 25 mil elefantes morrem a cada ano na África, onde o número total de paquidermes é estimado em até 650 mil, segundo a ONU.

O crime organizado que vive da fauna e flora movimenta a cada ano até US$ 213 milhões na África.

Kenyatta elogiou também o legado da ativista e ecologista queniana Maathai, fundadora do Movimento Cinto Verde e premiada por sua contribuição ao desenvolvimento sustentável, a democracia e a paz.

"Não só foi a primeira mulher africana a obter o Prêmio Nobel, mas a primeira conservacionista a obter o Prêmio Nobel da Paz", ressaltou Kenyatta.

EFE   
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