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Nível de gases do efeito estufa na atmosfera bate recorde

Segundo relatório da OMM, o CO2 provoca temperaturas mundiais mais altas e maior número de fenômenos meteorológicos extremos

9 nov 2015 - 08h53
(atualizado às 14h06)
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Michel Jarraud, secretário geral da OMM, apresenta o último relatório da entidade
Michel Jarraud, secretário geral da OMM, apresenta o último relatório da entidade
Foto: SALVATORE DI NOLFI/EPA/KEYSTONE / EFE

A quantidade de gases do efeito estufa presente na atmosfera alcançou um novo máximo em 2014, por isso que continua o aumento incessante que alimenta a mudança climática, advertiu nesta segunda-feira (9) o último relatório da Organização Mundial da Meteorologia (OMM).

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Em 2014, a concentração atmosférica de CO2 -principal gás de efeito estufa de longa duração- alcançou 397,7 partes por milhão (ppm). Nesse mesmo ano, no hemisfério norte, as concentrações de CO2 ultrapassaram o valor simbólico de 400 ppm na primavera (hemisfério norte), época na qual o CO2 é mais abundante. Na primavera de 2015, a concentração atmosférica média mundial de CO2 cruzou a barreira de 400 ppm.

O estudo também revelou a interação entre os níveis crescentes de dióxido de carbono e de vapor de água, dado que o aumento das temperaturas na superfície causado pelo CO2 provoca, por sua vez, um aumento dos níveis globais de vapor de água, o que aumenta ainda mais o efeito estufa.

Este estudo sobre os gases do efeito estufa informa sobre as concentrações atmosféricas -e não sobre as emissões- desses gases. Entende-se por emissão a quantidade de gás que vai à atmosfera e por concentração a quantidade que fica na atmosfera depois das complexas interações que ocorrem entre a atmosfera, a biosfera, a criosfera e os oceanos.

Aproximadamente, um quarto das emissões totais de CO2 é absorvida pelo oceano e outro quarto pela biosfera, reduzindo desse modo a quantidade desse gás na atmosfera. O nível de aproximadamente 278 ppm de CO2 concentrado na atmosfera na era pré-industrial representava um equilíbrio entre a atmosfera, os oceanos e a biosfera.

As atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis, alteraram o equilíbrio natural e em 2014 a concentração média mundial de CO2 alcançou 143% da média na era pré-industrial, sendo de 397,7 ppm. O estudo alerta que "o mais provável é que a média mundial anual supere as 400 ppm em 2016".

O metano (CH4) é o segundo gás de efeito estufa de longa duração mais importante. O metano atmosférico alcançou um novo máximo em 2014, de aproximadamente 1.833 partes por bilhão (ppmm), por isso que agora equivale a 254% de seu nível pré-industrial.

Com relação ao óxido nitroso (N2O), sua concentração atmosférica em 2014 foi de 327,1 ppmm, o que equivale a 121% dos níveis pré-industriais. Seu efeito no clima ao longo de um período de 100 anos é 298 vezes superior ao das mesmas emissões de dióxido de carbono.

Este gás também contribui significativamente à destruição da camada de ozônio estratosférica, que nos protege dos raios ultravioleta nocivos do Sol.

O relatório lembra que o CO2 "é uma ameaça invisível, mas muito real", que traz consigo temperaturas mundiais mais altas, um maior número de fenômenos meteorológicos extremos (ondas de calor, seca, etc), a fusão do gelo, o aumento do nível do mar e o aumento da acidez dos oceanos.

Além disso, o texto alerta que as emissões atuais terão um efeito que perdurará por séculos. "O dióxido de carbono permanece na atmosfera durante centenas de anos e no oceano ainda muito mais. As emissões passadas, presentes e futuras terão um efeito acumulativo tanto no aquecimento da Terra como na acidificação dos oceanos", conclui o texto.

EFE   
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