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Primeiro anistiado do Greenpeace só poderá deixar a Rússia depois do Natal

24 dez 2013 - 14h56
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O britânico Anthony Perretta, primeiro dos 30 tripulantes do navio quebra-gelo "Arctic Sunrise" do Greenpeace a ser anistiado nesta terça-feira, receberá somente na quinta o visto para sair da Rússia, precisando passar o Natal no país.

"Arquivaram hoje o processo (por vandalismo) contra ele, depois ele foi ao Serviço Federal de Migração (SFM) russo para entregar todos os documentos" declarou hoje seu advogado, Sergei Golubok. "Prometeram o visto para a próxima quinta-feira", acrescentou à agência "Interfax".

Perreta, assim como os outros 29 tripulantes do navio do Greenpeace que passaram dois meses em prisão preventiva na Rússia após serem acusados de vandalismo por tentarem se acorrentar a uma plataforma petrolífera no Ártico, se beneficiaram da anistia geral aprovada na semana passada na Rússia por ocasião do 20º aniversário da Constituição russa.

O Greenpeace adiantou hoje que toda a tripulação do navio quebra-gelo, inclusive a brasileira Ana Paula Maciel, que estava em liberdade sob fiança após sua passagem por várias prisões das cidades de Murmansk e São Petersburgo, será anistiada até o fim desta semana.

As autoridades russas começaram a arquivar todos os processos penais contra os ecologistas, que além da brasileira, são da Rússia, dos Estados Unidos, da Argentina, do Reino Unido, do Canadá, da Itália, da Ucrânia, da Nova Zelândia, da Holanda, da Dinamarca, da Austrália, da República Tcheca, da Polônia, da Turquia, da Finlândia, da Suécia e da França.

Todos estão em São Petersburgo, onde já estiveram primeiro na prisão preventiva e depois em liberdade sob fiança à espera do julgamento, e agora passam os últimos dias antes de receberem a anistia e um visto de passagem.

Segundo o Greenpeace Rússia, Perretta tinha a esperança de receber seu visto hoje e poder comemorar o Natal com sua família, em casa, mas agora precisará fazer isso com seus companheiros do navio quebra-gelo.

"Alguns ativistas receberam a visita de suas mulheres, maridos, filhos e irmãos. Amanhã se reunirão todos para celebrar o Natal em um restaurante", disse um porta-voz da ONG.

Os 30 tripulantes do "Arctic Sunrise" foram detidos em águas do Ártico russo em 19 de setembro em uma operação organizada pela Guarda de Fronteiras quando tentavam subir na plataforma petrolífera "Prirazlómnaya" do gigante gasístico russo Gazprom, à qual o Greenpeace acusa de descumprir as medidas de segurança e pôr em risco o ecossistema da região onde atua.

Acusados a princípio de pirataria, os ativistas ficaram em prisão preventiva por dois meses.

Após o fim desse prazo, a Justiça russa trocou a acusação por outra mais leve (vandalismo), e todos os tripulantes do "Arctic Sunrise" foram libertados sob fiança.

EFE   
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