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Teste genético prevê agressividade de câncer de pulmão

22 mai 2013 - 15h00
(atualizado às 15h21)
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Cientistas de instituições de pesquisa da França e dos Estados Unidos descobriram que um teste baseado no funcionamento anormal de 26 genes pode detectar precocemente os tipos mais agressivos de câncer de pulmão. O estudo foi divulgado nesta quarta-feira em artigo na Science Translational Medicine.

"Neste trabalho, nós descobrimos que todas as células de câncer perdem a habilidade de manter silenciados muitos genes que normalmente não deveriam se expressar. Apesar de presentes em todas as células, esses genes são normalmente expressos (ou ativos) apenas em um tipo de célula. Por exemplo, células normais de pulmão não expressam genes que são expressados em células germinativas (que se tornarão espermatozoides), mas uma célula cancerígena de pulmão vai ativar alguns desses genes específicos", dizem ao Terra por e-mail Saadi Khochbin e Sophie Rousseaux, da Universidade Joseph Fourier, de Grenoble (França).

O que os cientistas fizeram foi explorar essa ativação anormal de genes para prever a gravidade do tumor, sua evolução e possível cura, sendo que, neste trabalho, eles focaram nas células pulmonares. Os pesquisadores descobriram que 26 genes são anormalmente ativados nos tumores mais agressivos de pulmão.

"Em certos casos, testes genéticos detectam genes alterados que podem prever o risco de câncer. Contudo, uma vez que o câncer é diagnosticado, os doutores também precisam de testes adicionais para decidir como administrar a doença e tratar os pacientes", dizem os cientistas. Um dos dados que o teste indica, por exemplo, é a chance de reincidência da doença após a retirada cirúrgica do tumor, "então os médicos podem ajustar o tratamento e o monitoramento dos pacientes de acordo com o risco de reincidência."

Medicina personalizada

Segundo Khochbin e Sophie, mais de 10 anos depois da decodificação do genoma humano, a genética caminha cada vez mais para uma "medicina personalizada". "Na verdade, até mesmo um tipo particular de câncer representa uma entidade muito heterogênea. (...) É, portanto, muito importante saber, para cada tumor, como o tumor irá evoluir e como irá responder ao tratamento - e a qual tratamento. Estes novos testes irão nos ajudar a aumentar nosso conhecimento sobre as diferenças individuais entre os tumors, ao identificar seu perfil genético (suas 'características escondidas'). Esta informação detalhada irá permitir aos doutores proporem abordagens específicas e otimizadas de acordo com cada perfil de tumor", dizem os pesquisadores. Eles afirmam também que o conhecimento maior desse perfil genético do câncer permitirá que casos como o da atriz Angelina Jolie, que previu as chances de desenvolver a doença, se tornem cada vez mais comuns.

Fonte: Terra
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