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Obesas correm mais riscos na 1ª gravidez, indica pesquisa

10 fev 2009 - 12h52
(atualizado às 14h20)
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Um estudo feito por cientistas britânicos mostrou que as mulheres obesas correm risco de ter mais complicações em sua primeira gravidez do que mulheres com peso dentro do considerado normal. As obesas que participaram da pesquisa apresentaram índices mais altos de pré-eclâmpsia (doença caracterizada por pressão arterial elevada e eliminação de proteína pela urina), de partos prematuros e de nascimentos com peso abaixo da média.

Especialistas do Kings College, em Londres, analisaram dados sobre a primeira gravidez de 385 mulheres obesas e colheram amostras de sangue de 208 das mulheres para análises.

O estudo, encomendado pela entidade beneficente britânica Tommy's, foi divulgado na publicação científica American Journal of Obstetrics and Gynaecology.

A entidade ressalta que estudos anteriores já apontaram vínculos entre obesidade durante a gravidez e riscos maiores de complicações.

O presente estudo quis investigar se mulheres em sua primeira gravidez são particularmente vulneráveis a complicações.

Outras revelações do estudo foram, por exemplo, que as mulheres obesas tiveram quase duas vezes mais chances de ter um bebê com peso abaixo da média (ou seja um total de 18,8% dos bebês das mulheres obesas pesava menos do que 2,5 kg ao nascer).

O índice de nascimentos de bebês com peso abaixo da média em mulheres com peso padrão é de cerca de 10%.

Por outro lado, entre as mulheres estudadas o índice de nascimentos de bebês considerados particularmente pesados foi de 13,4% - em comparação com apenas 10% dos bebês nascidos de mulheres com peso tido como saudável.

Os índices de pré-eclâmpsia foram mais altos, com 11,7% de mulheres obesas desenvolvendo a condição em sua primeira gravidez - em contraste com 6% na população obesa na segunda ou após várias gestações e apenas 2% na população de peso saudável.

O risco de pré-eclâmpsia aumentou proporcionalmente ao ganho de peso durante a gravidez.

Entre as mulheres estudadas, o índice de nascimentos prematuros foi 11,9%, quase duas vezes maior do que a média nacional na Grã-Bretanha.

"Algumas das revelações são surpreendentes. A grande proporção de bebês pequenos foi particularmente inesperada, já que a obesidade tende a ser associada a nascimentos de bebês com peso acima da média", disse a pesquisadora Lucilla Poston, responsável pelo estudo.

Para a especialista, o alto número de casos de pré-eclâmpsia também foi preocupante.

"Esta é uma complicação séria durante a gravidez que, em casos extremos, pode levar à morte da mãe e do feto", disse Poston.

"Temos de passar a considerar a primeira gravidez como um problema adicional entre mulheres obesas, que, nós já sabemos, estão mais propensas a sofrer complicações durante a gravidez do que mulheres magras."

Poston disse que a razão pela qual a obesidade causa essas complicações não é conhecida, mas especialistas acreditam que o problema esteja associado à resistência à insulina.

Isso ocorre quando quantidades normais de insulina não conseguem quebrar as moléculas de açúcar no organismo.

"Gestações normais induzem uma forma leve de resistência à insulina e sabemos que pessoas obesas ficam mais resistentes à insulina, o que promove diabetes, pré-eclâmpsia e bebês maiores", disse Poston.

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