PUBLICIDADE

No Fashion Rio, Herchcovitch lança jeans que promete combater celulite

8 nov 2013 - 15h29
(atualizado às 17h07)
Compartilhar

O estilista Alexandre Herchcovitch apresentou nesta sexta-feira no Fashion Rio uma novidade que promete dar o que falar entre as mulheres: o primeiro jeans com tecnologia que promete reduzir a celulite.

O desfile da Herchcovitch exigiu que os fashionistas acordassem mais cedo - foi realizado de manhã, no Museu de Arte Moderna (MAM) - e também surpreendeu com as calças-saia.

Em comunicado, a marca explicou que o tecido do jeans inovador, batizado Beauty Denim, absorve o calor do corpo e o devolve em forma de raios ultravermelhos longos, que estimulariam a microcirculação sanguínea. O jeans anticelulite é fruto de uma parceria com a Rhodia Fibras e a fabricante Canatiba, e levou mais de cinco anos para ser desenvolvida.

Para o guarda-roupa dos fãs da grife, o estilista paulistano apostou fortemente em outros tipos de jeans, com diversas tonalidades mas sempre muito pouco lavado e levemente metalizado, com pespontos aparentes.

Índigo, marrom e grafite foram algumas das tonalidades do tecido mais popular do mundo, trabalhado em vestidos, saias plissadas, jaquetas - longas ou curtas como boleros - macacões femininos e masculinos, de mangas compridas, e as ousadas saias-calça.

Além do jeans, desfilaram malhas pretas com estampas lembrando correntes em cinza, sobrepostas sobre saias e calças - tanto para mulheres quanto para homens.

O estilista Dudu Bertholini falou à Agência Efe Sobre a mistura de calças e saias no guarda-roupa: "Essa história da saia-calça, da saia sobre calça, isso tudo é uma grande brincadeira com os gêneros, e é isso mesmo, estamos no século XXI, é bacana ir além dos gêneros estabelecidos", elogiou.

E acrescentou: "Adorei (o desfile), o Alexandre sempre soube trabalhar bem o jeans, e esse desfile mostra que os estilistas contemporâneos têm que ter uma versatilidade cultural muito grande. O jeans é um material 'day by day', para renovar é preciso criatividade".

Na primeira fila e vestindo um macacão azul simples de algodão com uma sandália rasteirinha, visual bem carioca, a DJ e produtora Mary Olivetti, que está comentando a trilha dos desfiles para uma revista, falou à Efe.

"Achei a trilha (de Max Blum) bem boa, seguiu o padrão de quase todas das semanas de moda paulistana e carioca: eletrônica com muito sintetizador, bem anos 1980. O mais legal foi que, como a marca é para homens e mulheres, as músicas tinham vocais masculinos e femininos", analisou.

Sobre a coleção, Mary também fez elogios: "Achei lindo, 80% era jeans. Não sei o tema ainda, mas acredito que tenha relação com esporte, pelos acessórios e o skate (que um dos modelos segurava). Muito criativo e inovador, e o jeans está com tudo", resumiu.

Os acessórios que a DJ mencionou eram óculos escuros que remetiam ao snowboard, além dos sapatos-tênis e das calças com muitos bolsos utilitários. A coleção também teve inspiração "medieval", segundo a própria marca.

Mas nem só de jeans é feito o inverno 2014 de Alê - como é conhecido o estilista etre os fashionistas. Vestidos leve em organza e com várias camadas também surgiram, em tons que variaram entre amarelo, rosa, azul turquesa, marrom e pêssego - e, em uma estampa lembrando um trançado de fitas, todas reunidas.

Os comprimentos foram do curtíssimo ao longo, mas o forte novamente foi o pouco acima do joelho. A altura vem se impondo como uma das maiores tendências da proposta carioca de inverno 2014.

Logo após o desfile, alguns metros ao lado, um grupo de manifestantes negros da ONG Educafro e do Grupo Mil Palcos improvisaram um desfile somente com modelos negras e negros, dando sequência aos protestos por maior representatividade nas passarelas.

À Efe, Joana Raphael, coordenadora de pedagogia da Educafro, explicou a performance: "Isso é para mostrar que nós, negros, temos modelos belos e que não foram convidados para o Fashion Rio. Muitas dessas modelos são profissionais, sindicalizadas, e não conseguem trabalho".

As roupas foram assinadas por dois estilistas negros: Heloísa Santos e o beninês Stanislas Fréjus, que estuda moda no Brasil.

EFE   
Compartilhar
Publicidade