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Nem leão, nem elefante, rei da savana é o cupim, diz estudo

30 mai 2010 - 11h27
(atualizado às 14h41)
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Um estudo da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, indica que os verdadeiros reis da savana africana não são os leões, mas sim os cupins. Segundo o pesquisador Robert Pringle, a rede de colônias criadas pelas colônias do inseto influencia mais na população de animais que os grandes predadores ou os gigantes da região, como os elefantes e as girafas. As informações são da Agência Fapesp.

Segundo pesquisa da Universidade de Harvard, o cupim influencia muito mais nas populações vegetais e animais que animais maiores
Segundo pesquisa da Universidade de Harvard, o cupim influencia muito mais nas populações vegetais e animais que animais maiores
Foto: Divulgação

Segundo a pesquisa, a ação do cupim contribui enormemente para a produtividade do solo, que acaba por estimular a produção vegetal e, por consequência, animal. Os cientistas afirmam que a distribuição dos cupinzeiros por uma área maior maximiza a produtividade de todo o ecossistema.

"Não são os predadores carismáticos - como leões e leopardos - que exercem os maiores controles em populações. Em muitos aspectos, são os pequenos personagens que controlam o cenário. No caso da savana, aparentemente os cupins têm uma tremenda influência e são fundamentais para o funcionamento do ecossistema", diz Robert Pringle.

Os pesquisadores estudaram cupinzeiros na região do Quênia central. Eles observaram que essas estruturas tinham cerca de 10 m de diâmetro, com distâncias entre 60 m e 100 m entre eles. Cada um abriga milhões de insetos e muitas vezes são centenários.

Os cientistas se surpreenderam ao observar um grande número de lagartos próximos aos cupinzeiros, o que levou à quantificação da produtividade ecológica da área. Eles chegaram à conclusão que cada comunidade de insetos dava suporte a densas agregações de flora e de fauna. As plantas cresciam mais rapidamente quando próximas a essas estruturas e as populações de animais, assim como a taxa de reprodução, eram menores quando ficavam longe dos cupinzeiros.

Imagens feitas por satélite confirmaram as observações. Segundo os pesquisadores, essas imagens mostravam que cada cupinzeiro ficava no meio de uma "explosão de produtividade floral". Além disso, essas "explosões" parecem divididas organizadamente, com cada uma como se fosse uma casa em um tabuleiro de xadrez.

Os cientistas pretendem agora estudar qual é exatamente a contribuição dos cupins à essa produtividade. Eles acreditam que os insetos - que muitas vezes são vistos como pragas na agricultura - distribuem nutrientes, como fósforo e nitrogênio, que beneficiam a fertilidade do solo.

o Gymnotus omarorum na verdade já era conhecido há décadas e era modelo de estudos, mas era erroneamente nomeado como sendo um Gymnotus carapo, mas neurofisiologistas uruguaios descobriram que na realidade era uma espécie diferente. Segundo o instituto, esse caso é um exemplo de como conhecemos pouco sobre a biodiversidade, já que um "modelo de estudos" passou décadas sem ser corretamente descrito. Foto: Divulgação
Fonte: Redação Terra
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