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Jornal: solo de estação incendiada na Antártida está contaminado

20 fev 2013 - 09h27
(atualizado às 10h21)
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<p>Chamas destruíram 70% das instalações da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) no ano passado</p>
Chamas destruíram 70% das instalações da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) no ano passado
Foto: Armada de Chile / Divulgação

Cientistas brasileiros descobriram que o solo na área onde estava a Estação Antártica Comandante Ferraz registra níveis de chumbo, cobre e zinco dezenas de vezes acima do normal devido ao incêndio que atingiu o local no dia 25 de fevereiro de 2012. Segundo os pesquisadores da Universidade de Viçosa, esses elementos químicos existem em níveis nunca antes registrados em uma contaminação antártica. Eles alertam que os contaminantes podem atingir o mar e animais que habitam a região, causando danos irreparáveis no meio ambiente se nada for feito logo. As informações são do jornal O Globo.

Antártida: conheça o continente gelado

As substâncias encontradas seriam decorrentes das partes de plástico e ferro da estação que foi consumida pelo fogo. Uma contaminação intensa por metais pesados foi registrada no local, e os resultados foram publicados esta semana na revista científica Microchemical Journal. Os valores de cobre, chumbo e zinco encontrados são muito superiores ao recomendado pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) para áreas residenciais. Se não houver uma ação rápida, os poluentes podem alcançar o mar dentro de um ou dois verões antárticos, segundo especialistas.

Incêndio destrói estação brasileira na Antártida

As chamas começaram na madrugada do dia 25 de fevereiro de 2012, e destruíram 70% das instalações da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF). O acidente provocou a morte de dois militares e deixou outro ferido.

No fim do ano passado, o Ministério Público Militar (MPM) denunciou à Justiça o primeiro-sargento Luciano Gomes Medeiros, 45 anos, pelos crimes de homicídio culposo (sem a intenção de matar) e de dano ao patrimônio. O MPM considerou imprudente a conduta do acusado.

Segundo o texto da denúncia, que está em segredo de Justiça, Medeiros decidiu transferir o combustível óleo diesel antártico, de potencial imediato de combustão, de tanques de armazenamento para tanques de serviço. O oficial teria decidido se ausentar temporariamente da sala da operação, que duraria cerca de 30 minutos, para voltar a uma festa que ocorria na estação. Os tanques acabaram por transbordar durante a ausência do primeiro-tenente, entrando em combustão ao fazer contato com o gerador de energia, provocando o incêndio.

A acusação da Procuradoria aponta imprudência do oficial tanto por desrespeitar as normas de segurança durante a transferência do óleo como pela própria decisão de realizar a operação sem autorização superior e sem comunicá-la a outrem. Se condenado, o oficial pode pegar até 16 anos de prisão.

Fonte: Terra
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