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Grand Canyon existe desde a era dos dinossauros, diz estudo

30 nov 2012 - 11h01
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Um estudo da Universidade de Colorado em Boulder e do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos, após analisar grãos minerais do Grand Canyon, nos Estados Unidos, indica que o vale foi moldado há cerca de 70 milhões de anos, quando os dinossauros ainda existiam. A equipe usou um método que explora a decadência radioativa de átomos de urânio e tório a átomos de hélio em um mineral raro conhecido como apatite, segundo Rebecca Flowers, do departamento de ciências geológicas da universidade.

Recontrução artística mostra como seria a nova espécie de dinossauro descoberto por cientistas no Canadá
Recontrução artística mostra como seria a nova espécie de dinossauro descoberto por cientistas no Canadá
Foto: Julius T. Csotonyi / Divulgação

De acordo com Flowers, os átomos de hélio foram trancados nos grãos minerais conforme esfriavam e se moviam próximos à superfície durante a formação do Grand Canyon, que tem cerca de 450 km de comprimento. As variações de temperatura a níveis baixos na Terra são influenciadas pela topografia (ciência que estuda acidentes geográficos), e o histórico térmico gravado pelos grãos de apatite permitiu que a equipe deduzisse quanto tempo havia se passado desde que houve uma escavação natural do local. O estudo foi publicado na revista Science na última quinta-feira.

"Nossa pesquisa sugere que o Grand Canyon foi moldado a centenas de metros de profundidade há cerca de 70 milhões de anos", afirmou Flowers. Ela também afirmou que existem controvérsias entre cientistas sobre a questão da idade da evolução do Grand Canyon. Uma variedade de dados sugere que o local teve uma história complicada, e que pode não ter sido moldado todo ao mesmo tempo.

"Um antigo Grand Canyon tem importantes implicações para o entendimento da evolução de paisagens, topografia e hidrologia no oeste dos Estados Unidos e zonas montanhosas em geral", disse Flowers.

"A principal característica permitida por essa técnica é a detecção de variações na estrutura de temperatura em níveis mais rasos da crosta terrestre", afirma . "Desde que essas variações são induzidas em parte pela topografia da região, nós obtemos dados que nos permitem construir uma linha do tempo do Grand Canyon", conclui a pesquisadora.

Flowers e Kenneth Farley, professor do Instituto de Tecnologia da Califórnia, levaram a técnica dos dados de urânio, tório e hélio a um nível mais sofisticado analisando a distribuição espacial dos átomos de hélio próximos à margem de cristais minerais. "Conhecendo não apenas quanto de hélio está presente nos grãos, mas também como ele é distribuído, temos informações adicionais sobre o tempo de esfriamento das rochas", explicou a professora.

Paleontologistas acreditam que dinossauros desapareceram quando um asteroide gigante colidiu com a Terra há 65 milhões de anos, resultando em grandes nuvens de poeira que impediam os raios de sol de alcançar a superfície da Terra, esfriando o planeta e matando a maioria dos animais e plantas.

Por causa do grande número de teorias, dados e debates sobre a idade do Grand Canyon, geologistas redobraram seus esforços, disse Flowers. "Houve um ressurgimento de trabalhos neste problema nos últimos anos por que agora nós temos novas técnicas que permitem datar a idade das pedras, o que não podíamos fazer antes."

Fonte: Terra
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