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FDA barra "Viagra feminino" por eficácia insuficiente nos EUA

18 jun 2010 - 19h40
(atualizado às 20h34)
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Um painel de aconselhamento da FDA (entidade responsável pela liberação de medicamentos e alimentos nos Estados Unidos) votou por unanimidade, esta sexta-feira, contra a aprovação de um fármaco que ajudaria a implementar a libido feminina, propriedade que lhe rendeu o apelido de "Viagra feminino".

O Comitê de Aconselhamento da FDA para Drogas de Saúde Reprodutiva informou que as evidências apresentadas não demonstraram a eficácia ou a segurança do flibanserin, medicamento produzido pela companhia farmacêutica alemã Boehringer Ingelhein. "A eficácia não foi suficientemente robusta para justificar os riscos", explicou a presidente do painel, Julia Johnson, chefe de obstetrícia e ginecologia da Escola de Medicina da Universidade de Massachusetts, após as deliberações do comitê.

A FDA normalmente segue os aconselhamentos destes painéis, embora isto não seja exigido por lei. O flibanserin, o mais recente esforço da indústria para criar um equivalente feminino ao Viagra, popular remédio contra a disfunção erétil, atua na química cerebral para tratar mulheres na pré-menopausa com libido reduzida, informou o fabricante.

Até agora, o remédio conhecido pelo nome comercial de Girosa não foi aprovado para venda em nenhum país, ao contrário de vários tratamentos criados para tratar a disfunção sexual masculina. No entanto, a indústria farmacêutica trabalha para atender a um mercado potencial estimado em US$ 2 bilhões, desde que o Viagra foi lançado em 1998, tornando-se um enorme sucesso mundial, sendo subsequentemente seguido pelos concorrentes Cialis e Levitra.

Vários testes médicos, inclusive um estudo publicado no New England Journal of Medicine, demonstraram que pelo menos 40% das mulheres sofrem de graus diferenciados de hipoatividade sexual, embora críticos afirmem que a indústria farmacêutica está por trás do financiamento da maioria destas pesquisas.

Uma análise feita sobre dois testes clínicos publicados no site da FDA demonstraram que ambos "falharam em demonstrar uma melhora estatisticamente significativa" do desejo sexual, embora pacientes que tomaram o flibanserin tenham relatado relações sexuais sutilmente mais satisfatórias com seus parceiros do que aquelas que tomaram um placebo.

Segundo o fabricante, o flibanserin pertence a uma família de anti-depressivos, e atua modulando a disponibilidade de serotonina, que influencia no humor e no desejo sexual. A droga também controla os níveis de dopamina e norepinefrina no sangue, substâncias que também atuam no desejo sexual.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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