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Europeu que viveu há 7 mil anos tinha pele escura e olhos azuis

DNA indica que homem era intolerante à lactose. Genes dessa população hoje são encontrados no norte da Europa

26 jan 2014 - 20h43
(atualizado em 27/1/2014 às 09h57)
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Sequenciamento de DNA revelou as características que chamaram a atenção dos cientistas
Sequenciamento de DNA revelou as características que chamaram a atenção dos cientistas
Foto: CSIC / Divulgação

Cientistas sequenciaram o código genético de uma pessoa que viveu há 7 mil anos em Valdelugueros, na Espanha. O DNA indica que se tratava de um homem de pele escura e olhos azuis. O estudo foi divulgado neste domingo pela revista especializada Nature.

É o primeiro DNA sequenciado de um europeu caçador-coletor. O esqueleto foi encontrado no sítio de La Braña-Arintero e pertence ao período Mesolítico - entre 10 mil e 5 mil anos atrás -, que acabou no Neolítico, com o advento da agricultura e da criação de animais. 

Os cientistas acreditam que o Neolítico representou um desafio metabólico e imunológico (com os micro-organismos transmitidos pelos animais) e se refletiu na adaptação genética necessária à população. Um das características do indivíduo analisado reforça essa teoria, já que ele não tinha capacidade de digerir lactose.

"Contudo, a maior surpresa foi descobrir que o indivíduo possuía versões africanas de genes que determinam a pigmentação de europeus atuais, isso indica que ele tinha pele escura, apesar de não podermos determinar exatamente o tom", diz Carles Lalueza-Fox, do Conselho de Investigações Científicas da Espanha (CSIC) e da Universidade Pompeu Fabra (Barcelona).

"Ainda mais surpreendente foi descobrir que ele possuía as variações genéticas que produzem olhos azuis nos europeus atuais, resultando em um fenótipo único em um genoma que é claramente norte europeu."

A pesquisa indica que a população de La Braña hoje vive no norte da Europa, como Suécia e Finlândia. Além disso, esse povo tinha um ancestral comum com os habitantes que viveram em Mal'ta, um sítio no lago Baikal, na Sibéria.

Os cientistas pretendem agora sequenciar o DNA de outro indivíduo encontrado em La Braña. Contudo, a tarefa deve ser mais complicada, já que o código genético deste está menos preservado.

Fonte: Terra
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