PUBLICIDADE

Estudo usa radiação para matar HIV e pode levar a novo tratamento

3 dez 2013 - 14h41
(atualizado às 14h41)
Compartilhar
Exibir comentários

Cientistas usaram radioimunoterapia para destruir populações de vírus HIV em amostras de sangue de pacientes que passam pelo tratamento antirretroviral. O estudo foi apresentado nesta terça-feira no encontro da Sociedade Radiológica da América do Norte (RSNA, na sigla em inglês) e pode levar a uma estratégia para a cura total da aids.

O tratamento com antiretrovirais transformou a vida de pacientes infectados pelo HIV. Os medicamentos suprimem a multiplicação do vírus no corpo e fazem com que os pacientes tenham uma vida quase normal. Os remédios, contudo, não conseguem acabar com a presença do vírus no organismo, que forma "reservas" que voltam a se multiplicar se o tratamento for suspenso.

No estudo, Ekaterina Dadachova, professor do Colégio de Medicina Albert Einstein, em Nova York, liderou um time de pesquisadores que usaram amostras de sangue de 15 pacientes com HIV. Eles testaram então a radioimunoterapia, geralmente empregada no combate ao câncer, no sangue coletado.

O tratamento consiste em usar células clonadas do sistema imunológico, combinadas com isótopos radioativos. As células são programadas para perseguir células com o vírus e "entregar" a partícula radioativa. "Na radioimunoterapia, os anticorpos são vinculados a células infectadas e as matam por radiação", diz Dadachova. 

Os pesquisadores "miraram" em uma proteína encontrada na superfície de células infectadas pelo vírus e usaram partículas de bismuto-213 para mata-las. Ao analisarem as amostras, o vírus não foi mais detectado.

Outra incapacidade do tratamento com antirretrovirais é ultrapassar a barreira hematoencefálica. Nosso cérebro é protegido por essa barreira, que impede a entrada de boa parte das substâncias do corpo - assim como os medicamentos contra a aids. O vírus, então, se aloja no órgão, causando desordens cognitivas e declínio mental.

Os cientistas usaram um modelo da barreira hematoencefálica in vitro e descobriram que a radioimunoterapia consegue ultrapassá-la. O próximo passo, afirma Dadachova, é testar o tratamento em pacientes.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade