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Efeitos colaterais de medicamentos podem ser inevitáveis, diz estudo

20 mai 2013 - 16h17
(atualizado às 16h19)
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Um estudo divulgado nesta segunda-feira na publicação especializada Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) indica que os efeitos colaterais de medicamentos, mesmo com os avanços da ciência, talvez sejam inevitáveis. 

Para fazer efeito, as moléculas dos medicamentos precisam se ligar às proteínas do nosso organismo por "bolsos únicos". O problema é que, às vezes, elas se ligam, além do alvo pretendido, com proteínas que não tem nada a ver com o problema a ser combatido. O resultado são os efeitos colaterais. Um exemplo disto é a sulfonamida, um tipo de antibiótico que é usado em diversos casos, mas, por outro lado, pode ter efeitos no sistema nervoso que vão de náusea e dor de cabeça a alucinação e psicose.

O que o novo estudo indica é que a quantidade desses "bolsos únicos" é menor do que se imaginava: não existiriam mais do que 500 deles. Ou seja, as chances de uma molécula atingir um alvo inesperado são relativamente altas. Além disso, seria muito difícil criar moléculas que atuem apenas em alvos específicos, sem "atingir" outros não planejados.

"Nosso estudo provê uma racionalização do porquê de várias drogas terem significantes efeitos colaterais - porque é intrínseco ao processo", diz Jeffrey Skolnick, do Instituto de Tecnologia da Geórgia (EUA). "Existe apenas um pequeno número de diferentes bolsos de ligação. A chance de haver uma geometria em uma composição de aminoácido que se conectará à mesma ligação (de outras proteínas) se torna muito maior do qualquer um teria antecipado. Isso significa que a ideia de que uma pequena molécula pode ter apenas uma proteína-alvo não pode ser suportada."

Apesar da possibilidade de ser impossível evitar todos os efeitos colaterais, o estudo indica que é possível deixa-los menos perigosos. Caberia aos cientistas e laboratórios entender melhor quais são esses bolsos de ligação e como eles funcionam para evitar afetar aqueles relacionados com processos fundamentais do nosso corpo.

Fonte: Terra
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