Cientistas criam rato mais parecido com homem para estudar câncer
Cientistas anunciaram nesta segunda-feira, Dia Mundial do Câncer, resultados de uma pesquisa que pode auxiliar no combate à doença. Os pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia (USC, na sigla em inglês) conseguiram modificar geneticamente um rato para que ele tenha um sistema imunológico mais parecido com o humano. O estudo foi divulgado na revista especializada PNAS.
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O uso de roedores em pesquisas médicas é muito comum e resulta na formulação de novos remédios e vacinas - em parte porque esses animais têm características genéticas e biológicas parecidas com as do ser humano. Apesar disso, temos muitas diferenças e substâncias que dão bons resultados nos roedores falham quando testadas em humanos.
Um dos exemplos é a droga a-GalCer, que consegue acabar com tumores ao ativar uma resposta do sistema imunológico em ratos. Mas, por motivos desconhecidos, o resultado não é o mesmo no corpo humano. Uma hipótese levantada por cientistas é que o problema está em pequenas diferenças nas moléculas CD1d, responsáveis por ativar a resposta imunológica.
O que os pesquisadores da universidade americana fizeram foi modificar o corpo dos roedores para que essas moléculas sejam mais parecidas com as humanas. "É o melhor modelo que temos no campo", diz Weiming Yuan, professor da universidade e líder do estudo. "Nós basicamente estabelecemos uma plataforma para acelerar a identificação de imunoterapias que podem matar o câncer e até fazer vacinas mais fortes."
E os pesquisadores já usam o novo modelo animal para pesquisar as células NKT - um tipo recém-descoberto de glóbulo branco que ataca tumores e infecções e é ativada pela a-GalCer. A resposta das NKT é tão rápida que dificulta seu estudo, e o rato modificado em laboratório ajudaria nesse tipo de pesquisa e levar a remédios que miram diretamente esses glóbulos brancos. "Antes, era preciso ter um palpite de como a droga funciona nas pessoas. Agora, a chance de sucesso vai de um para 100 a um para cinco."
