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Cientistas afirmam ter descoberto o mais antigo esqueleto de primata

Espécie pode ser a ligação necessária para explicar separação entre primatas e humanos

5 jun 2013 - 16h00
(atualizado às 16h49)
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O Archicebus achilles em seu habitat natural, conforme imaginado por ilustrador
O Archicebus achilles em seu habitat natural, conforme imaginado por ilustrador
Foto: CAS/Xijun Ni / Divulgação

O esqueleto de uma espécie de primatas até então desconhecida pode explicar o elo perdido entre nossos ancestrais e ajuda a explicar a evolução dos humanos. Descoberta por uma equipe internacional de pesquisadores, a espécie denominada Archicebus achilles é o mais antigo o fóssil de primata já encontrado. O fóssil foi desenterrado no antigo leito de um lago na província de Hubei, na China, próximo ao curso do rio Yangtzé. Com a descoberta, um evento crucial no processo - quando começou a separação que levou aos atuais macacos e humanos (chamados coletivamente de antropóides) - passa a ser explicado: há, afinal, um elo entre os primeiros primatas, em um ramo, e os pequenos habitante de árvores conhecidos como társios em outro.

O artigo descrevendo a descoberta foi publicado nesta quarta-feira na revista científica Nature. O fóssil foi descoberto em estratos de rochas sedimentares que foram depositados em um lago antigo há aproximadamente 55 milhões de anos, durante o período inicial do Eoceno, na era Cenozoica. Esse foi um intervalo registrado nas condições globais do efeito estufa, quando grande parte do mundo estava coberto por florestas tropicais e palmeiras cresciam onde hoje fica o Alasca.

Assim como muitos outros fósseis recuperados do estrato de lagos antigos, o esqueleto do Archicebus achilles foi encontrado quando os cientistas dividiram as finas camadas de rocha que continham o fóssil. Como resultado, o esqueleto do Archicebus está agora preservado em duas partes complementares. O fóssil é cerca de 7 milhões de anos mais antigo que as ossadas mais velha até então conhecidas.

Os pesquisadores estimam que um Archicebus adulto teria pesado ainda menos que o menor primata atual - o lêmure-rato-pigmeu de Madagascar. Os exemplares dessa espécie teriam apenas cerca de 20-30 gramas. Seu calcanhar tinha uma anatomia incomum, similar à humana, com pés parecidos com os de macacos e braços, pernas e dentes semelhantes aos de primatas muito primitivos e olhos "surpreendentemente pequenos", segundo os pesquisadores.

Foto: AFP
Fonte: Terra
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