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Brasileiros produzem 1ª cabra clonada e transgênica

15 abr 2014 - 09h56
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A primeira cabra clonada e transgênica da América Latina nasceu no dia 27 de março, em Fortaleza (CE). Chamada pelos cientistas de Gluca, ela possui uma modificação genética que deverá fazer com que produza em seu leite uma proteína humana chamada glucocerebrosidase, usada no tratamento de Gaucher, uma doença genética relativamente rara, porém extremamente cara para o sistema público de saúde. As informações foram publicadas no jornal O Estado de S. Paulo. 

O Ministério da Saúde gasta entre R$ 180 milhões e R$ 250 milhões por ano, segundo informações de pesquisadores, com a importação de tratamentos para pouco mais de 600 pacientes com Gaucher no Brasil. As drogas importadas são baseadas em proteínas produzidas in vitro, cultivadas em células transgênicas de hamster ou cenoura. A proposta da pesquisa brasileira é produzir a glucocerebrosidase no País, no leite de cabras transgênicas, a custos muito inferiores ao da produção em células em cultura.

Com pouco mais de duas semanas de vida, a caba não apresenta, por enquanto, nenhum problema de saúde. Gluca é o único clone nascido até agora. O processo envolveu a transferência de mais de 500 embriões clonados para 45 cabras receptoras, resultando em oito gestações. Ela tinha uma "irmã" da mesma gestação, que morreu logo após o parto, vítima de anomalias congênitas que são comuns aos clones de mamíferos.

O gene inserido no DNA dos animais é uma cópia do gene humano que comanda a síntese da glucocerebrosidase, acoplado a uma outra sequência genética (chamada de promotor) que faz com que o gene, apesar de estar presente em todas as células da cabra, seja ativado apenas nas células das glândulas mamárias - fazendo com que a proteína seja produzida apenas no leite. A construção do gene e do promotor foi feita pela empresa Quatro G Pesquisa e Desenvolvimento, instalada no parque tecnológico (Tecnopuc) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), que também será responsável posteriormente por purificar a proteína do leite. 

Fonte: Terra
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