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Baleias podem imitar vozes humanas, aponta pesquisa

22 out 2012 - 14h20
(atualizado em 24/10/2012 às 12h56)
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As baleias podem imitar as vozes dos humanos, segundo um estudo realizado por um grupo de cientistas americanos e que será publicado nesta terça-feira pelo jornal científico Current Biology. A equipe pesquisou os sons de baleias na Fundação Nacional de Mamíferos Marítimos em San Diego.

Beluga teria capacidade de imitar sons produzidos por humanos
Beluga teria capacidade de imitar sons produzidos por humanos
Foto: U.S. Navy / AP

Tudo começou em 1984, quando o cientista Sam Ridgway e seus colegas notaram sons pouco comuns próximos do tanque dos golfinhos e das baleias, similares a uma conversa distante entre duas pessoas, mas que não era possível compreender. Dias depois, os pesquisadores ficaram sem reação quando uma mergulhadora emergiu do tanque das baleias e perguntou a seus colegas quem tinha dado a ordem para que saísse. Uma análise acústica determinou que os sons vinham de uma fonte surpreendente: uma baleia branca macho chamada Noc.

"Nossas observações sugerem que a baleia teve que modificar sua mecânica vocal para fazer sons parecidos com a fala", afirmou Ridgway, que atribuiu os esforços do mamífero à necessidade de estabelecer contato com os humanos. Noc tinha vivido com golfinhos e outras baleias brancas e tinha sido visto frequentemente com seres humanos.

Os autores do estudo explicam que não é a primeira vez que tiveram a sensação de achar que as baleias pareciam imitar os humanos, mas neste caso decidiram recolher provas indubitáveis. Ao gravar os sons de Noc, descobriram um ritmo similar ao da fala humana e frequências mais baixas que os sons típicos das baleias, muito mais próximos das vozes humanas. "Os sons que escutamos eram um claro exemplo de aprendizagem vocal por parte da baleia branca", afirmou Ridgway.

O fenômeno é duplamente surpreendente porque as baleias fazem sons através de seu duto nasal e não da laringe como as pessoas, e para fazer os sons humanos, Noc teve que variar a pressão em seu trato nasal e fazer outros ajustes musculares, o que não é fácil. Noc passou trinta anos na Fundação Nacional de Mamíferos Marítimos e morreu há cinco anos, mas sua voz ainda pode ser ouvida na gravação realizada pelos cientistas.

EFE   
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