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Bactérias nocivas são achadas em papel higiênico chinês

17 set 2010 - 07h36
(atualizado às 09h59)
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O principal órgão de supervisão de qualidade da China detectou colônias de bactérias em parte do papel higiênico reciclado fabricado no país asiático e destinado à exportação, informa nesta sexta-feira a imprensa local. A Administração Geral de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena recolheu amostras de 600 empresas que fabricam papel higiênico em todas as províncias chinesas e descobriu que 10% dos produtos não cumpriam os padrões de qualidade. Concretamente, em 18 casos o problema foi a presença de bactérias nocivas.

Três das empresas nas quais o problema foi detectado estão localizadas em Cantão (sudeste do país): Weisen, Daxinghe e Fook Woo. Esta última é uma companhia de capital misto chinês-honconguês que se proclama a maior empresa de reciclagem de papel da China.

Em declarações ao jornal South China Morning Post, Jiang Guowang, diretor-geral da Foshan Weisen Paper Company, afirmou que as amostras estavam tomadas de papel reciclado destinado à exportação, mas que no caso de produtos destinados ao consumo doméstico havia "polpa virgem, que é absolutamente limpa".

"Encontraram o problema porque os inspetores cometeram um erro", acrescentou Guowang. A Weisen compra papel a granel reciclado de firmas como a Fook Woo - que não quis se pronunciar sobre o caso -, o corta e embala como produto destinado ao consumo e o exporta a Estados Unidos e Europa.

"Os consumidores ocidentais parecem estar mais preocupados com o meio ambiente. Já os chineses estão mais preocupados com os germes.

Eu não diria que 100%, mas sim 90% dos produtos de papel reciclado contêm bactérias", concluiu Guowang.

Segundo Liang Jingyu, funcionário da Administração Geral de Supervisão de Qualidade, entre as amostras coletadas não foi encontrado nenhum dos três tipos mais letais de bactéria que podem estar presentes no papel reciclado, entre eles o E. coli, que causa diarréias com sangramento, e uma cadeia de microorganismos chamados estreptococos hemolíticos, que destrói as células brancas.

No entanto, em uma segunda análise o órgão detectou quantidades suficientes de outras bactérias que desqualificam o papel para consumo humano. "Não se pode dizer que todas elas causem doenças, mas também não são boas", assegurou o funcionário.

EFE   
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