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Autocontrole é contagioso, sugere estudo

18 jan 2010 - 12h02
(atualizado às 12h21)
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Quando você decide não consumir de alimentos insalubres ou aquele drink extra, outros podem merecer algum crédito. Os resultados de uma série de estudos realizados pelo Instituto de Psicologia da Universidade da Geórgia em um ambiente de laboratório sugerem que o autocontrole é contagioso. Nos estudos, os pesquisadores descobriram que quando as pessoas assistem ou até mesmo pensam em alguém com um bom autocontrole é mais provável que mostrem a mesma restrição. O novo estudo foi publicado na revista científica Personality and Social Psychology Bulletin site.

O estudo mostra que o contrário também é verdade - as pessoas com autocontrole ruim podem influenciar negativamente outros. De acordo com os pesquisadores, a influência é tão poderosa que apenas de ver o nome de alguém com bom ou mau autocontrole piscando na tela por 10 milissegundos, o comportamento dos voluntários mudou.

"A mensagem deste estudo é que escolher as influências sociais que são positivas podem melhorar o seu autocontrole", disse ao site Live Science a cientista Michelle Vandelle, professora de psicologia na Universidade da Geórgia. "E com a exibição do seu autocontrole, você está ajudando outros ao seu redor a fazer o mesmo."

No entanto, uma vez que os estudos foram realizados em um ambiente de laboratório, mais pesquisas em ambientes reais serão necessárias para verificar os resultados.

As pessoas tendem a imitar o comportamento dos que estão ao seu redor, e os maus hábitos - como o tabagismo e uso de drogas e alimentação desregrada - tendem a se espalhar através de redes sociais. Mas, de acordo os cientistas, o estudo em curso é pensado para ser o primeiro a mostrar que o autocontrole é contagioso entre os comportamentos.

Isso significa que pensar em alguém que exerce o autocontrole para se exercitar regularmente, por exemplo, pode fazer com que você cumpra metas que exigem sua dedicação - suas metas financeiras, de carreira ou qualquer outra.

Experiências
As conclusões são o resultado de cinco estudos independentes realizados ao longo de dois anos. Em um dos estudos, os pesquisadores designaram aleatoriamente 36 voluntários para pensar em um amigo com autocontrole bom ou ruim. Aqueles que tinham de pensar em um amigo com bom autocontrole persistiram por mais tempo em uma tarefa manual comumente utilizada para medir este comportamento, enquanto o outro grupo desistia com mais facilidade da tarefa.

Outro estudo envolveu 71 voluntários que assistiram um grupo de pessoas exercer autocontrole, escolhendo uma cenoura em vez de um cookie quando os dois alimentos eram oferecidos. Enquanto isso, outros participantes assistiram o grupo que comia biscoitos em vez da cenoura. Os voluntários não tinham nenhuma interação com o grupo que provava os alimentos, mas seu desempenho foi alterado mais tarde em um teste de autocontrole, dependendo de que grupo foram aleatoriamente designados a assistir.

E em um terceiro experimento, 42 voluntários listaram amigos com bom e mau autocontrole. Depois, foram convidados a completar um teste computadorizado concebido para medir a autocontenção. Durante a tarefa, a tela do computador piscava um dos nomes escolhidos aleatoriamente por 10 milissegundos - demasiado rápido para ser lido, mas tempo suficiente para trazer os nomes subliminarmente à mente. Aqueles que foram 'imunizados' com o nome de um amigo disciplinado alcançaram resultados melhores.

A cientista Michelle Vandelle disse que a magnitude da influência pode ser significativa o suficiente para ser a diferença entre comer um biscoito extra em uma festa ou não, ou decidir ir para a academia depois de um longo dia de trabalho. O efeito não é tão forte que absolva as pessoas de responsabilidade por suas ações, ela explicou, mas é um empurrão em direção ou para longe da tentação. "Esta não é uma desculpa para culpar os outros por nossas falhas. (...) A decisão é de cada um", disse Vandelle.

Fonte: Redação Terra
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